15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Úlcera crônica como porte da entrada para tétano: Relato de caso

Introdução/Fundamentos

O tétano é uma doença infecciosa aguda, não contagiosa, causada pela tetanospasmina, uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium tetani que ocasiona bloqueio dos neurotransmissores inibitórios do sistema nervoso central. Manifesta-se clinicamente por febre baixa ou ausente, hipertonia muscular focal ou generalizada, hiperreflexia e espasmos ou contraturas paroxísticas. O C. tetani se prolifera sob condições anaeróbicas, dessa forma, tecidos desvitalizados, coinfectados por outra bactéria e com isquemia localizada são fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Atualmente se tem observado situações em que uma ferida crônica se torna a porta de entrada para a instalação do tétano.

Objetivos

Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de tétano adquirido por úlcera crônica, visando atentar à importância da prevenção.

Caso

O.R.S., 65 anos, sexo masculino, procedente de Armazém (SC), auxiliar de pedreiro. Encaminhado à emergência dia 13/04/19 com quadro de dor e rigidez em membro inferior esquerdo há 2 dias, em local de úlcera crônica (com evolução de 7 anos), irradiação para região abdominal alta, coluna lombar e cervical. Além disso, apresentava dislalia, trismo e posição de opistótono. Coluna cervical e lombar rígida, dolorosa a mobilização passiva. Paciente entubado com espasmos a mobilização de coluna cervical. Sem comorbidades e uso de medicações prévias. Exames de chegada: CPK 2179U/L, Ca+ 1,35 mmol/L. Paciente com apenas uma dose da vacina antitetânica em 2010. Recebeu 4 ampolas de imunoglobulina antitetânica IM e vacinação na emergência. Notificado o caso para vigilância epidemiológica. Paciente sedado com fentanil + midazolam, pancurônio intermitente, iniciado imipenem e metronidazol por pneumonia associada a ventilação mecânica, e noradrenalina para manter pressão arterial. Admitido na UTI com diagnóstico de tétano, colocado em quarto com isolamento acústico e luminoso, evoluiu bem e recebeu alta após 50 dias de internação.

Conclusões/Considerações finais

Com isso, mostra-se fundamental a profilaxia com vacina antitetânica e se verifica que ferimentos ulcerosos podem propiciar a entrada da exotoxina no organismo. Portanto, é necessário não negligenciar pacientes com lesões crônicas, já que essas podem se tornar porta de entrada para o C. tetani. Tétano é uma doença grave, com elevados índices de mortalidade, portanto a prevenção é a melhor solução.

Palavras-chave

Tétano, Úlcera crônica, Toxina tetânica, Ulceração crônica.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Nossa Senhora da Conceição - Santa Catarina - Brasil, Universidade do Sul de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

Laura Beatriz Firmino Werner, Juliane Anschau, Henri Patrick Martins, Clara Cruz Cavalcante, Alexander Cordeiro Bornhold, Rogério Sobroza Mello