15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Doença arterial coronariana (DAC) precoce em mulher jovem e alterações laboratoriais de autoimunidade: existe relação?

Introdução/Fundamentos

A DAC acomete principalmente indivíduos com mais de 50 anos e com fatores de risco como diabetes, hipertensão, tabagismo e dislipidemia. É pouco prevalente em jovens, sobretudo em mulheres. Cerca de 10% dos casos de infarto com supradesnivelamento do segmento ST (SST) ocorre em jovens, sendo 2% em mulheres. Há uma apresentação clínica peculiar do infarto agudo do miocárdio (IAM) na mulher jovem, que possui características etiopatogênicas, anatômicas e prognósticas próprias, diferenciando-a das mulheres mais velhas. Doenças autoimunes, como Lupus Eritematoso Sistêmico e Artrite Reumatoide, podem cursar com aterosclerose prematura. Uma vez estabelecida, a placa aterosclerótica fica susceptível a lesões e consequente formação de trombo, podendo levar ao IAM.

Objetivos

Descrever as possíveis relações entre doença arterial coronariana em mulheres jovens com provas autoimunes positivas.

Caso

Mulher de 27 anos, em puerpério recente, dá entrada no pronto-socorro com queixa de precordialgia, em aperto, com duração superior a 10 minutos e piora progressiva da sintomatologia. Realizado eletrocardiograma que mostrou SST em parede anterolateral. No serviço de atenção primária foi administrado fibrinolítico. Após estabilização clínica foi encaminhada para o serviço de cardiologia, onde foi submetida a cateterismo cardíaco (CAT), que mostrou doença multiarterial severa e dilatação aneurismática da artéria descendente anterior. Na anamnese a mesma referiu claudicação intermitente agravada durante a gestação. Investigação laboratorial mostrou fator antinuclear positivo 1/160, padrão nucleolar, velocidade de hemossedimentação de 60 mm/h, complementos (C3 e C4) normais.
CAT: ateromatose coronária; lesão moderada proximal na coronária direita; lesão ulcerada, lesão severa, aneurisma coronária e lesão moderada na descendente anterior; lesão severa proximal do 1° ramo diagonal longo; lesão severa proximal do 2° ramo diagonal fino; lesão moderada no óstio e dilatações ectásicas na circunflexa; oclusão total proximal do 1° e do 2° ramo marginais; ventrículo esquerdo com hipocinesia de parede anterior e acinesia apical.

Conclusões/Considerações finais

Logo, o diagnóstico de doença autoimune descrito, com alterações laboratoriais de cunho autoimune e doença aterotrombótica coronariana, não pôde ser concluído, pois não foi possível fechar os critérios para diagnóstico de autoimunidade. Porém não se pode descartar uma provável relação entre a aterotrombose confirmada e a doença autoimune laboratorialmente sugerida no caso.

Palavras-chave

aterotrombose, mulher, autoimunidade

Área

Clínica Médica

Instituições

SANTA CASA DE MISERICORDIA - Pernambuco - Brasil

Autores

ANA IVIDY ANDRADA DINIZ, EDGAR PAULO DA SILVA NETO, EVANDRO CABRAL DE BRITO