15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

O efeito deletério da neuropatia periférica em relação a força muscular em pacientes diabéticos.

Fundamentação/Introdução

O músculo esquelético é um dos principais alvos da insulina, desempenhando papel importante na regulação da glicose. A resistência e os defeitos na sinalização da insulina no músculo, podem acarretar uma elevação nos produtos finais da glicação (AGE), causando síntese muscular reduzida e acúmulo de AGE no músculo e nas cartilagens em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Outro fator importante é a diminuição dos neurônios motores. A neuropatia diabética é uma complicação comum e leva ao enfraquecimento muscular, principalmente nas regiões distais. Pacientes com neuropatia diabética, apresentam perdas substanciais de força em músculos proximais, no qual, o déficit de força está diretamente relacionado à gravidade da neuropatia diabética.

Objetivos

Avaliar força muscular e desempenho físico em diabéticos por análise comparativa com indivíduos não diabéticos (NDM), bem como a correlação da força muscular e desempenho físico em portadores de DM2 com neuropatia periférica (NP).

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo quantitativo observacional analítico do tipo transversal. Foram incluídos indivíduos de ambos os sexos, portadores e não portadores de DM2, com 45 a 75 anos de idade, capazes de deambular sem auxílio. A força muscular foi avaliada pelo teste de preensão palmar (PP) com dinamômetro manual Crown, e o desempenho físico e avaliação indireta da força, por meio do teste de mobilidade Time Up and Go (TUG). O diagnóstico de neuropatia periférica foi realizado por meio do formulário de avaliação da NP.

Resultados

Foram analisados até o momento 55 DM2 e 46 NDM, média da idade 62 anos nos DM2 e 57 anos nos NDM. No teste Time Up and Go (TUG) a média dos DM2 foi de 11,19 versus 10,13 segundos nos NDM (p=0,037). No teste de preensão palmar (PP) a média foi de 18,3 kgf no grupo DM2 versus 24,11 kgf nos NDM (p=0,002). A presença de NP correlacionou-se com o tempo de DM2. Nos portadores de NP o tempo de DM2 foi 12,4 anos e nos não portadores foi 4,5 anos (p=0,008). A análise de associação foi positiva entre os testes PP (p=0,07) e TUG (p=0,003) e a presença de NP.

Conclusões/Considerações finais

O DM2 está associado a uma maior perda de força muscular e pior desempenho físico. Com a progressão da doença, a neuropatia periférica diabética pode acelerar a redução da força muscular.

Palavras-chave

Diabetes Mellitus tipo 2; músculo esquelético; força muscular; neuropatia;

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ - Santa Catarina - Brasil

Autores

Fernanda Martini, Iara Farneda, Mari Cassol Ferreira