15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ABSCESSO ESPLÊNICO SECUNDÁRIO À BACTEREMIA POR SALMONELLA ENTERICA TRATADO COM ANTIBIOTICOTERAPIA ASSOCIADA À PUNÇÃO GUIADA POR ECOGRAFIA.

Introdução/Fundamentos

Abcessos esplênicos são processos supurativos raros do parênquima esplênico ou espaço subcapsular, com diagnóstico desafiador, que aumentaram sua incidência na última década.

Objetivos

Discutir caso de abscesso esplênico por salmonelose, em adulto jovem, tratado com antibiótico associado à drenagem cutânea guiada por ecografia, preservando o baço.

Caso

Homem, 37 anos de idade, previamente hígido, admitido no Setor de Emergência com febre, cefaléia e tosse, histórico de hepatite viral na infância, negando comorbidades, alergias e medicamentos contínuos. Hemograma mostrou desvio à esquerda e raio-x tórax normal, foi iniciado Ceftriaxona endovenosa e encaminhado ao infectologista. Paciente relatou febre (Tax>38º), há duas semanas associada à cefaleia, náuseas sem êmese, e sensação de distensão abdominal, durante dois dias com melhora temporária e retorno de febre alta (Tax>39-40º). Informou viagem para Florianópolis-SC três dias antes dos primeiros sintomas e para Manaus-AM e Barcelos-AM (2-3 semanas antes do primeiro pico febril), onde consumiu ostras cruas, embutidos e carne de peixe, sofrendo trauma superficial em mão direita durante pescaria. Foi solicitado US abdominal, que revelou imagem cística no baço com conteúdo ecogênico amorfo no interior; TC de abdome total, que apresentou abscesso esplênico, e avaliação pela equipe cirúrgica, recebendo diagnóstico de abscesso esplênico único com volume aproximado de 200-300ml, secundário a bacteremia. Coprocultura e parasitológico de fezes negativos. Foi mantido Ceftriaxona endovenosa e drenado o abscesso através de punção guiada por US, sem a necessidade de esplenectomia, considerada tratamento padrão-ouro. A drenagem constatou Salmonella enteritidis. Após dez dias de hospitalização, paciente evoluiu bem, com picos febris esparsos, eupnéico, evacuando normalmente, sendo retirado dreno esplênico sem intercorrências. As provas de atividade inflamatória apresentaram queda expressiva; e o hemograma evidenciava discreta anemia normocrômica reacional ao processo infeccioso.

Conclusões/Considerações finais

Correlação epidemiológica, clínica e laboratorial permitiram diagnóstico precoce, tratamento adequado, evitando complicações como ruptura do abscesso para cavidade peritoneal ou órgãos contíguos e esplenectomia, preservando, assim, o baço.

Palavras-chave

Abscesso, baço, esplenectomia, infectologia, salmonelose.

Área

Clínica Médica

Autores

Ricardo Paul Kosop, Scarllet Palacin Moraes da Silva