15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

DIAGNÓSTICO PRECOCE DE COLANGITE ESCLEROSANTE PRIMÁRIA EM PACIENTE JOVEM APRESENTANDO DIARREIA COMO ÚNICA MANIFESTAÇÃO CLÍNICA

Introdução/Fundamentos

A Colangite Esclerosante Primária (CEP) é uma doença crônica do fígado causada pela inflamação e cicatrização progressivas das vias biliares intra ou extra-hepáticas de provável etiologia auto-imune e que frequentemente evolui para cirrose, insuficiência ou carcinoma hepático. Trata-se de uma doença rara e de diagnóstico tardio ou casual.

Objetivos

Descrição de um caso de CEP em associação com Doença de Crohn, apresentando diarreia como primeira manifestação clínica.

Caso

Paciente do sexo feminino, 15 anos, iniciou com episódios de diarreia líquida há três meses, tendo recebido desde então vermífugos, antibióticos e outras medicações para alívio sintomático. Foram solicitados exames laboratoriais para investigação do quadro que mostraram alterações como anemia e elevação das enzimas hepáticas, as transaminases não mostraram alterações assim como a dosagem sérica de bilirrubinas, proteína C reativa, exames de intolerância alimentar, parasitológico de fezes ou coprocultura. A sorologia para Hepatite, Sífilis e Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) também não foram positivas. A Ultrassonografia de abdome mostrou ectasia do colédoco sem a caracterização de fatores obstrutivos ou conteúdos anômalos em seu lúmen, a Tomografia Computadorizada de abdome superior evidenciou ectasia de vias biliares intra-hepáticas e do ducto hepatocolédoco. Foi realizada uma Conlangiorressonância Magnética que mostrou além da ectasia de vias biliares uma irregularidade dos contornos dos ramos mais distais das vias biliares intra-hepáticas com segmentos de redução e aumento do calibre, sugerindo CEP. A Endoscopia Digestiva Alta mostrou uma pangastrite erosiva plana leve com teste de urease negativo e uma Colonoscopia com biópsia, mostrou um processo inflamatório intestinal compatível com Doença de Crohn. Foi iniciado então tratamento com Ácido Ursodesoxicólico de trezentos miligramas a cada doze horas, Colestiramina oito gramas ao dia e Mesalazina oitocentos miligramas a cada oito horas com melhora dos sintomas clínicos. A paciente agora mantém acompanhamento rigoroso da função hepática, do estágio da colangite e da doença inflamatória intestinal.

Conclusões/Considerações finais

É imprescindível a investigação de ectasia de vias biliares em pacientes com diarreia persistente, mesmo quando diagnosticados com Doença de Crohn ou Retocolite Ulcerativa, pelo caráter silencioso da mesma e pela grande associação entre a CEP e a Doença Inflamatória Intestinal.

Palavras-chave

Colangite; Esclerosante; Diarreia; Ectasia

Área

Clínica Médica

Instituições

Unidade Básica de Saúde - São Paulo - Brasil

Autores

Barbara Porto Fernandes, Mikhael Alves Garcia, Marco Antonio Fernandes Junior, Rafael Raad Drumond, Giovanna Abrantes Pimenta Figueiredo, Tiago Dazzi Rigoni