Dados do Trabalho

Título

ENCEFALITE VIRAL COM DESFECHO CLÍNICO FAVORÁVEL: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A encefalite herpética é a principal representante de encefalite viral esporádica fatal, causada por diversos agentes etiológicos que compõem a família herpesviridae, com destaque para o vírus HSV1. A infecção primária por esses agentes, em sua maioria, ocorre antes dos 18 anos e quando há manifestações acima desta idade trata-se de uma reativação da doença. Entre os sintomas, tem-se febre, cefaleia intensa, rigidez nucal, delírio, torpor e coma.
É uma patologia que preocupa devido às altas taxas de morbimortalidade, principalmente quando diagnóstico tardio. O tratamento consiste em iniciar Aciclovir 10mg/kg de 8/8 horas por 14 a 21 dias, empiricamente. Para confirmar a hipótese o exame padrão-ouro é a reação de polimerase em cadeia do DNA viral no liquor, associado à exames de neuroimagem.

Objetivos

O presente trabalho visa relatar o caso de uma paciente com encefalite herpética com desfecho favorável após adequada terapêutica.

Caso

M.A.D.B, 43 anos, do lar, natural de Carneirinho-MG, apresenta-se ao Centro de Atendimento as Doenças Infectocontagiosas e Parasitárias de Fernandópolis-SP referenciada da Unidade de Pronto Atendimento com quadro de cefaleia frontotemporal há 15 dias, mais intensa à esquerda, sem melhora com uso de Dipirona. Associada a lesões herpéticas, que iniciaram em antebraço e posteriormente acometeram todo o membro superior esquerdo e hemitórax esquerdo. Em uso de Aciclovir em subdose há 4 dias (200mg 5 vezes/dia). Evoluiu com diplopia há 1 semana, acompanhada de desequilíbrio e confusão mental.
Ao exame físico, Glasgow 15, estrabismo convergente, nistagmo horizontal à esquerda, pupilas isofotorreagentes, força motora preservada bilateralmente. História prévia de Lúpus Eritematoso Sistêmico, em uso de Hidroxicloroquina, Prednisona e Metotrexate.
Diante do quadro clínico, paciente foi internada no serviço de neurologia da Santa Casa de Fernandópolis. Foi solicitada punção liquórica em que se evidenciou proteinorraquia, normoglicorraquia, aumento de leucócitos com predomínio de linfócitos.
Iniciado terapia intravenosa com aciclovir durante 14 dias com notável melhora clínica, novo exame de líquor apresentando-se dentro dos padrões de normalidade.

Conclusões/Considerações finais

Concluímos que para o sucesso do tratamento da encefalite herpética é necessário que seja feito um diagnóstico precoce e assim, iniciado a terapia empírica com aciclovir, o que demonstra um melhor prognóstico da doença, reduzindo as taxas de morbimortalidade.

Palavras-chave

Encefalite herpética, HSV-1, Aciclovir

Área

Clínica Médica