15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Associação de Febre e Mortalidade em Pacientes com Sepse na Enfermaria.

Fundamentação/Introdução

A febre é um dos sinais comumente utilizados para rastreamento de pacientes com suspeita de infecção. Embora haja uma forte associação entre febre e infecção, muitos pacientes com infecção confirmada não apresentam febre. A ausência de febre, neste cenário, pode levar a atraso no diagnóstico e potencialmente contribuir para aumento de mortalidade.

Objetivos

Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar o valor prognóstico da febre e demais sinais vitais verificados na enfermaria em pacientes sépticos admitidos subsequentemente na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Delineamento e Métodos

Delineamento e Métodos: Trata-se de um estudo de coorte observacional retrospectivo qualitativo. O estudo foi desenvolvido na UTI de um hospital universitário de grande porte de Porto Alegre. Foram revisados prontuários de pacientes com sepse admitidos na UTI provenientes da enfermaria no período de julho/2017 a julho/2019. Os pacientes foram classificados como tendo febre se houvesse registro de temperatura axilar maior ou igual a 38oC nas 48 horas anteriores à admissão na UTI. O principal desfecho foi a mortalidade na UTI. Foram incluídos 251 pacientes. A mediana de idade foi 64,0 (55,0 - 74,0) anos, com SAPS III 76,2 ± 13,0. Os principais focos foram pulmão (103; 41,0%) e abdômen (50; 19,9%). Entre os pacientes incluídos, 157 (62,5%) apresentaram choque séptico. A mortalidade na UTI foi de 45,0% (n=113) e hospitalar de 66,9% (n=168).

Resultados

Resultados: Os pacientes com febre nas 48 horas anteriores à admissão na UTI apresentaram uma mortalidade na UTI de 27,9%. Os pacientes sem febre apresentaram uma mortalidade na UTI de 48,6% (p = 0,013). Os demais sinais vitais analisados (pressão arterial sistólica, frequência cardíaca, frequência respiratória e saturação de oxigênio) não mostraram associação com mortalidade. Em análise multivariada, em modelo ajustado para tempo de internação prévio à UTI, índice de Charlson e presença de choque séptico, apenas SAPS III (OR 1,04 IC 95% 1,02-1,07) e febre (OR 0,34 IC 95% 0,16 - 0,75) associaram-se com mortalidade na UTI.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações Finais: O principal achado do nosso estudo é a associação de febre com menor mortalidade em pacientes com sepse admitidos na UTI provenientes da enfermaria.

Palavras-chave

Palavras chaves: Febre; UTI; Mortalidade ; Enfermaria ; Sepse

Área

Clínica Médica

Autores

Vitória Campanha Gomez , Marcio Manozo Boniatti , Luiza Tartaro , Stefanie Weber, Luciana Rosa Viola , Anna Carolina Pedrazani Rodrigues