15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Feocromocitoma com metanefrinas e catecolaminas normais: Relato de caso

Introdução/Fundamentos

Os feocromocitomas são tumores compostos por células derivadas da crista neural, que adquirem fenótipo simpato-adrenérgico por serem produtores de catecolaminas.
A sensibilidade da dosagem de catecolaminas e metanefrinas séricas e urinárias é em torno de 100%, fazendo com que o diagnóstico de feocromocitoma com tais dosagens normais, seja uma apresentação rara.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente diagnosticada com feocromocitoma a despeito da dosagem de metanefrinas e catecolaminas séricas e urinárias normais.

Caso

Paciente do sexo feminino, 58 anos, hipertensa, admitida por queixa de cefaleia, palpitação e desconforto abdominal, associados a uma massa abdominal de 15 centímetros (cm) localizada em região suprarrenal esquerda, evidenciada em ultrassonografia. Realizou ressonância magnética que mostrou volumosa formação expansiva na topografia da suprarrenal esquerda medindo cerca de 10,1x7,9x7,6 cm. As dosagens de metanefrinas e catecolaminas no sangue e na urina de 24h foram normais.
Pela clínica e pelo risco de malignidade, paciente foi submetida a adrenalectomia videolaparoscópica, convertida para procedimento aberto por sangramento transoperatório com necessidade de hemotransfusão e uso de droga vasoativa.
No primeiro dia pós operatório paciente evoluiu com parada cardiorrespiratória em fibrilação ventricular, retornando após 15 minutos. Dois dias depois, apresentou injúria renal aguda com necessidade de terapia de substituição renal, por provável necrose tubular aguda isquêmica, interrompida após 8 sessões de hemodiálise, com recuperação total de função renal.
Resgatado anatomopatológico da peça cirúrgica, cujos achados morfológicos confirmaram o diagnóstico de feocromocitoma, e imuno-histoquímica que evidenciou neoplasia de córtex adrenal de comportamento benigno.
Paciente evoluiu com melhora clínica, assintomática, sem sequelas neurológicas e sem uso de anti-hipertensivos desde a exérese tumoral.

Conclusões/Considerações finais

Descrevemos um caso de feocromocitoma em que, apesar de catecolaminas e metanefrinas séricas e urinárias normais, paciente evoluiu com importantes complicações após ressecção do tumor. É possível ocorrer metabolismo intratumoral de catecolaminas a metanefrinas, especialmente em tumores grandes, com liberação no procedimento cirúrgico, ressaltando a necessidade de um adequado preparo pré-operatório.

Palavras-chave

Feocromocitoma, catecolaminas, metanefrinas

Área

Clínica Médica

Autores

Ana Carolina Borges de Miranda Souza, Moara Maria Silva Cardozo, Stefano Ramos Farias Leite, Renan Figueiredo de Freitas, Priscila Keila Silvestre da Silva, Maria Teresa de Souza Portela Leal