Dados do Trabalho
Título
Tireoidite de Hashimoto e o Diagnóstico Diferencial de Síndrome Poliglandular Autoimune na Atenção primária: um relato de caso
Introdução/Fundamentos
Introdução: A tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune e constitui a principal causa de hipotireoidismo no Brasil. Clinicamente pode se apresentar com sintomas como astenia, mixedema, ganho ponderal e hipersonia, causados pela redução do metabolismo basal e deposição de glicosaminoglicanos. Pode vir acompanhada de outras doenças autoimunes, constituindo uma Síndrome Poliglandular Autoimune (SPA). A SPGA tipo II é a condição clínica em que há concomitância de doença de Addison autoimune e tireoidite autoimune (69%) e/ou diabete melito tipo 1 (50%). A doença de Addison se apresenta com hiperpigmentação cutaneomucosa, astenia e redução da pilificação corporal. Eventualmente, o tratamento do hipotireoidismo pode expor os sintomas da doença de Addison, em função do aumento da depuração do cortisol para níveis normais.
Objetivos
Objetivo: reforçar a importância do diagnóstico diferencial de SPA frente a um paciente com tireoidite autoimune que apresenta sintomatologia nova após o tratamento de hipotireoidismo.
Caso
Métodos e Resultados: paciente masculino de 47 anos, que não fazia acompanhamento médico sendo realizado busca ativa em domicílio. Apresentava-se com fácie mixedematosa, edema importante em membros inferiores, astenia, hipersonia e aumento de peso. Após análise, foram solicitados exames laboratoriais e agendado consulta com a médica na UBS. No retorno, o laboratório evidenciava TSH > 100mU/l, T4 livre 0,4mg/dl e anti-TPO 93,14 UI/ml. Foi estabelecido o diagnóstico de tireoidite de Hashimoto e prescrito Levotiroxina 50mcg/dia, e posterior ajuste da dose para 125mcg/dia. O paciente evoluiu com redução do edema, ansiedade, insônia, perda de peso, rarefação da pilificação e hiperpigmentação de face, gengiva e membros superiores. Pensando em insuficiência adrenal associada, foi solicitado cortisol 8h (10,86mg/dl), ressonância magnética de crânio para excluir diagnósticos diferenciais que cursem com lesão hipofisária e outros exames, como ACTH sérico e teste de estimulação com ACTH, não realizados em vista de indisponibilidade financeira do paciente. O paciente segue aguardando o exame de imagem e mantém tratamento apenas para hipotireoidismo.
Conclusões/Considerações finais
Conclusão: Reitera-se a importância de manter opções de diagnósticos diferenciais, considerando doenças associadas e SPA nos pacientes que apresentem alguma condição autoimune.
Palavras-chave
Tireoidite autoimune
Hipotireoidismo
Síndrome poliglandular autoimune
Área
Clínica Médica
Instituições
Universidade do Planalto Catarinense - Santa Catarina - Brasil
Autores
Larissa Marin Araldi, Bianca Pasquialini