Dados do Trabalho
Título
Cardiodesfibrilador Implantável e Ressincronizador em pacientes com Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida: Série de Casos
Fundamentação/Introdução
A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome clínica decorrente de alterações funcionais e/ou estruturais cardíacas. Pode ser classificada, pela Fração de Ejeção (FE), como reduzida (<40%), intermediária (40-49%) ou preservada (>50%) e estadiada segundo a Capacidade Funcional (CF), pela New York Heart Association (NYHA), em categorias de I a IV. Além da modificação do estilo de vida, terapia farmacológica e outras terapêuticas, o uso de dispositivo combinado com Cardiodesfibrilador Implantável (CDI) e Ressincronizador é uma opção a ser considerada, para redução de morbidade em pacientes selecionados (ritmo sinusal, FE reduzida e QRS prolongado).
Objetivos
Expor, qualitativa e quantitativamente, a melhora clínica, eletrocardiográfica e ecocardiográfica de pacientes com IC com FE reduzida (ICFEr) e Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE) após implantação de CDI e Ressincronizador.
Delineamento e Métodos
Revisão de prontuários de pacientes atendidos no ambulatório de IC de hospital universitário, selecionados por significativa melhora apresentada.
Resultados
Foram avaliados três pacientes portadores de ICFEr e BRE por miocardiopatia dilatada, que implantaram CDI e Ressincronizador. A paciente 1 (40 anos, CF II), apresentava precordialgia atípica, FE de 18% e QRS de 160 ms; 3 meses após implantação, retorna sem queixas, com novo ecocardiograma (FE 24%) e novo ECG, com redução do QRS (120 ms). O paciente 2 (56 anos, CF IV) apresentou, há três anos, morte súbita abortada, com implantação dos mesmos dispositivos um ano depois. Anteriormente, apresentava FE de 11% e QRS de 220ms; após 3 meses do procedimento, reduziu o QRS para 120ms e, atualmente, tem FE de 35%. Ademais, passou a apresentar dispneia apenas aos médios esforços – antes, em repouso. A paciente 3 (31 anos, CF IV) apresentou miocardiopatia periparto às 38 semanas de gestação, com dispneia em repouso e necessidade de internação de emergência em Unidade de Terapia Intensiva. Apesar da interrupção da gestação e terapia farmacológica otimizada, não apresentou melhora clínica, com FE de 16% e QRS de 200 ms; após implantação dos dispositivos, um ano depois do início do quadro, retorna sem queixas, QRS de 160 ms, sem ecocardiograma.
Conclusões/Considerações finais
Observa-se que o CDI e Ressincronizador são importantes recursos terapêuticos em casos de alta complexidade na síndrome da IC. Diante disso, vê-se grande impacto na morbidade: a melhora clínica é inquestionável e exames complementares sustentam o impacto na qualidade de vida.
Palavras-chave
Insuficiência cardíaca; Desfibriladores implantáveis; Dispositivos de terapia de ressincronização cardíaca.
Área
Clínica Médica
Autores
Gabriela Januário de Oliveira, Gabrielle Maria Carvalho de Barros, Eduardo Henrique Lima Batista, Jane Janaína Cardoso Van Oosterhout, Roberta Tavares Barreto Teixeira, Fátima Elizabeth Fonseca de Oliveira Negri