Dados do Trabalho
Título
Pneumonia de hipersensibilidade aguda: relato de caso
Introdução/Fundamentos
A pneumonia de hipersensibilidade é uma condição determinada pela inflamação dos alvéolos secundária à inalação de alérgenos (agentes microbianos, proteínas animais, substâncias químicas de baixo peso molecular). Comumente atinge a população entre a quarta e sexta década de vida. Baseado em um tempo de evolução de seis meses, pode-se classificá-la em aguda ou crônica. A apresentação clínica cursa inicialmente com sintomas constitucionais, evoluindo com tosse, dispneia e, por vezes, insuficiência ventilatória. O diagnóstico consiste em sintomas compatíveis, exposição à fator causal, linfocitose ao lavado broncoalveolar (> 20%) e achados imagéticos e histopatológicos característicos. A tomografia habitualmente revela opacidades em vidro fosco distribuídas nos lobos inferiores. Devido ao seu potencial de irreversibilidade, quando existe exposição continuada ao fator desencadeante, o principal tratamento é o seu afastamento. O quadro agudo apresenta resultados rápidos e significativos com corticoides sistêmicos por 4 a 6 semanas. Imunossupressores constituem terapia alternativa.
Objetivos
Relatar caso de doença atípica.
Caso
Mulher, 55 anos, faxineira, hígida, inicia com febre e tosse produtiva há 5 dias, associadas à dor ventilatório-dependente, sudorese e inapetência. Ao exame físico, sinais vitais estáveis, eupneica em ar ambiente, com presença de roncos esparsos bilaterais à ausculta pulmonar. Diante da hipótese inicial de infecção de via aérea baixa, instituiu-se antibioticoterapia empírica e coletou-se laboratoriais, os quais não apresentavam alterações inflamatório-infecciosas. Radiografia simples inicial com extensa opacidade em hemitórax direito. Paciente evolui com hipotensão e esforço ventilatório, sendo transferida para unidade de terapia intensiva e ampliado espectro antimicrobiano para cobertura de infecção por Influenza. Revisão de caso evidenciou história de exposição ocupacional a substâncias químicas (cloro e amoníaco), sendo aventada a hipótese de pneumonia de hipersensibilidade. Paciente manejada com corticoterapia endovenosa, com importante resposta clínica e radiológica em 48 horas.
Conclusões/Considerações finais
O relato acima busca chamar atenção para pneumonia de hipersensibilidade como diagnóstico diferencial das infecções de vias aéreas além de ressaltar a importância de seu reconhecimento precoce, objetivando resposta terapêutica satisfatória ao corticoide na fase inicial.
Palavras-chave
Hipersensibilidade, Pneumonia, Corticoterapia
Área
Clínica Médica
Autores
Natália Junkes Milioli, Anye Caroline Matiello, Vilmar Fontanive Junior