15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

EXACERBAÇÃO DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA EM PACIENTE COM DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A alfa-1 antitripsina (AAT) é uma proteína cuja principal função é a inibição da elastase neutrofílica. A deficiência dessa enzima por uma desordem autossômica codominante responsável principalmente por doenças hepáticas graves e enfisema pulmonar precoce, o diagnóstico consiste na sintomatologia confirmado por níveis séricos reduzidos da enzima. A Organização Mundial da Saúde e às diretrizes da Sociedade Americana de Tórax e da Sociedade Europeia de Pneumologia indicam que os pacientes com DPOC ou obstrução persistente das vias aéreas sejam testados para a deficiência da enzima, priorizando a investigação em pacientes com enfisema de início precoce e/ou predominantemente em lobos inferiores ou com clusters familiares de DPOC e parentes de primeiro grau de indivíduos diagnosticados com DAAT moderada ou grave ou doença hepática inexplicada.

Objetivos

Esse trabalho objetiva-se em relatar o caso de um paciente com deficiência de alfa-1-antitripsina que evoluiu com exacerbação da DPOC.

Caso

L.R.O, 57 anos, sexo masculino, pardo, casado e residente da cidade de São Paulo, buscou o pronto-atendimento com quadro de tosse produtiva, com expectoração sanguinolenta há 2 semanas com piora do padrão e da quantidade de escarro, associado à dispneia e ausência de febre. Tem história de DPOC, tuberculose tratada em 2017, diagnóstico base de deficiência de alfa-1-antitripsina (equivalente a 12 mg/dl por método imunonefelométrico) desde 2009 e em uso contínuo de oxigênio suplementar em domicílio desde 2013. Nega tabagismo e etilismo. Realizou tomografia de tórax e de abdome na internação que revelou pneumotórax direito com atelectasias pulmonares segmentares passivas e enfisema subcutâneo, pulmonar parasseptal e centrolobular com distorção arquitetura bilateral, além de fígado de dimensões reduzidas e contornos rombos. Durante a internação foi submetido à drenagem pleural em selo d’água e medicado com Levofloxacino, Prednisona 40mg/dia, Azitromicina em dose profilática, Tiotrópio, Formoterol, Budesonida, Oxigênio suplementar e Ivabradina. Paciente evoluiu clinicamente bem com alta hospitalar e encontra-se em seguimento para transplante pulmonar.

Conclusões/Considerações finais

Apesar das recomendações da OMS, das sociedades americana de Tórax e da europeia de pneumologia, muitos médicos desconhecem o elevado risco de obstrução de vias aéreas devido a DAAT, sendo importante o diagnóstico precoce dessa patologia a fim de evitar, principalmente, a exposição aos fatores de risco para o DPOC.

Palavras-chave

DPOC ; Antitripsina ; Pneumologia

Área

Clínica Médica

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA NOVA ESPERANÇA - Paraíba - Brasil

Autores

Abraão Alcantara de Medeiros Filho, Artur Menezes Marsicano de Araújo, Bruno Henrique Arruda de Paula, Carolina Cabral de Carvalho, Clarice Maria Brito Silva de Lucena, Edivaldo José Trindade