15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

CORPO ESTRANHO TRANSFIXANTE DO MEDIASTINO – TRATAMENTO CONSERVADOR

Introdução/Fundamentos

Os ferimentos penetrantes do tórax são achados frequentes nos grandes hospitais de referência em trauma de nosso país, entretanto lesões unicamente mediastinais são achados incomuns, sendo a avaliação clínica e radiológica criteriosa indispensável para apropriada abordagem terapêutica.

Objetivos

Objetivo deste trabalho consiste no relato de caso de vítima de trauma mediastinal tratado de forma conservadora.

Caso

Paciente do sexo masculino, 23 anos, vítima de FAB (ferimento por arma branca), admitido no Hospital Regional de São José - SC com aproximadamente 10 horas de evolução, apresentando-se com faca alojada no mediastino, com entrada na transição cérvico-torácica posterior direita. Ao exame físico o paciente apresentava-se bem, com pouca dor no local do ferimento e hemodinamicamente estável. O exame do tórax foi normal, com murmúrio vesicular bilateral sem ruídos adventícios, com ritmo sinusal e frequência cardíaca mantida. A avaliação neurológica foi normal. Por se encontrar estável hemodinamicamente, foi realizada Tomografia Computadorizada (TC) de tórax que revelou a presença de corpo estranho penetrando região dorsal direita do paciente no nível de C7 e T1 com trajeto ascendente e extremidade junto ao tronco braquiocefálico arterial, no entanto, sem qualquer sinal de sangramento, pneumotórax ou derrame pleural apresentando apenas consolidações esparsas no parênquima pulmonar, mais acentuada no lobo superior direito, sugerindo lesões antigas. Pela estabilidade hemodinâmica do paciente e ausência de lesões identificadas à TC de tórax, decidiu-se proceder com a retirada do corpo estranho no centro cirúrgico. O procedimento foi realizado sem intercorrências, com o paciente anestesiado sob intubação orotraqueal. Imediatamente após a retirada do corpo estranho, o paciente realizou nova TC de tórax que foi idêntica a anterior. Teve boa evolução, recebendo alta Hospitalar em bom estado geral.

Conclusões/Considerações finais

Nosso relato de caso evidencia a possibilidade de tratamento conservador em pacientes com corpos estranhos (FAB) transfixantes de mediastino, sem a necessidade de realização de uma toracotomia. O tempo decorrido entre o ferimento e a chegada do paciente ao hospital e a presença de estabilidade hemodinâmica foram os fatores preponderantes na decisão de uma conduta conservadora. De outra forma, a gravidade do ferimento associado a localização do corpo estranho seriam fatores mandatórios de uma toracotomia exploradora.

Palavras-chave

FAB; Ferimento transfixante; Toracotomia; Lesão mediastinal.

Área

Clínica Médica

Autores

Barbara Marques de Almeida, Lucas Benedetti, Daniel Di Pietro, Marcelo Zanchet, Thamires De Oliveira da Silva