15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Metástase de carcinoma hepatocelular em adrenal após dois anos de transplante hepático: um relato de caso.

Introdução/Fundamentos

Introdução: Metástase extra-hepática de Carcinoma hepatocelular (CHC) geralmente ocorre simultaneamente com o tumor primário, acometendo preferencialmente pulmões e ossos (TEEGEN et al., 2018). A incidência de metástase adrenal de CHC em séries de autópsias varia de 4,6 a 12,5% (SORMAZ et al., 2017) com poucos relatos de tratamentos pós transplante hepático.

Objetivos

Objetivo: Demonstrar a importância de uma correta investigação de massas adrenais.

Caso

Descrição do caso: Homem, branco, 72 anos, 83,6kg e 166,5cm, em acompanhamento endocrinológico por diabetes mellitus tipo 2, foi submetido a transplante hepático em 2014 em consequência de um CHC. Na ocasião mantinha esquema de imunossupressão com tacrolimus e ácido micofenólico. Após dois anos de acompanhamento, por quadro de dispepsia foi solicitada uma tomografia computadorizada (TC) de abdome, na qual foi identificado um nódulo na adrenal direita de natureza indeterminada com 35 Unidades de Hounsfield. Uma Ressonância Magnética (RM) complementar detectou uma lesão nodular de natureza indeterminada, relacionada à glândula adrenal direita de 13x9mm. Exames laboratoriais, solicitados para identificar uma possível produção hormonal de cortisol (teste de supressão com dexametasona à 1mg), catecolaminas (metanefrinas plasmáticas e urinárias) e de aldosterona (relação aldosterona e atividade de renina plasmática) vieram negativos. TC de tórax normal. Diante a um quadro inconclusivo, optou-se pelo seguimento do paciente, logo que o mesmo não apresentava sintomas. No transcorrer de dois anos, exames de imagens seriados e exames laboratoriais foram realizados. Entretanto, ocorreu um rápido crescimento da massa adrenal, atingindo o tamanho de 48x28mm, apesar de wash out absoluto de 64,3% (relativo de 41,9%), compatível com adenoma. Os testes de função hormonal permaneciam negativos. O paciente foi submetido a um PET na tentativa de obter informações adicionais, o qual mostrou um tumor discretamente captante sugestivo de processo neoplásico. Optou-se, por fim, em realizar a cirurgia de retirada do nódulo que trouxe como resultado no anatomopatológico um hepatocarcinoma metastático.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões: Com esse caso vemos a importância de conhecer a história médica pregressa e os possíveis diagnósticos diferenciais de um incidentaloma adrenal e reconhecer através dos exames o melhor tratamento para cada caso. O aumento de volume significativo e o tamanho do tumor foram, neste caso, critérios para retirada cirúrgica da lesão (> 4 cm).

Palavras-chave

Metástase adrenal; Incidentaloma adrenal; Carcinoma hepatocelular.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade de Blumenau - Santa Catarina - Brasil

Autores

Wesley Mees, Fernanda Pereira, Teresa Cristina Colvara Mattana