15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

INFECÇÃO POR CITOMEGALOVÍRUS EM ENXERTO PANCREÁTICO: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

O transplante de pâncreas é a única forma de restabelecer a glicemia e hemoglobina glicada em pacientes diabéticos insulinodependentes sem o uso de insulina exógena, sendo que o transplante pâncreas-rim simultâneo (TPRS) é o tipo mais comum para pacientes insulinodependentes com nefropatia diabética. A incidência de infecção por citomegalovírus (CMV) pós-transplante aumentou com o uso de imunossupressores monoclonais ou policlonais, o que juntamente com a sorologia do doador e receptor são os principais fatores de risco para tal infecção. Este quadro possui associação com um maior risco de rejeição aguda do enxerto. Apesar de raro, o CMV invasivo no enxerto pancreático deve ser uma hipótese em pacientes com alto risco de infecção e com pancreatite. O diagnóstico é feito através de medidas de PCR e biópsia do enxerto. O tratamento ainda não é muito bem estabelecido, mas o uso de Ganciclovir é frequentemente aplicado.

Objetivos

Relatar caso de infecção por CMV em enxerto pancreático após TPRS, visto se tratar de quadro raro e de difícil manejo devido à falta de consenso acerta da conduta terapêutica.

Caso

Homem, 30 anos, submetido a TPRS em 2010 devido à nefropatia por Diabetes Mellitus tipo 1. Apresentou perda precoce do enxerto pancreático em 2016 por cetoacidose diabética, retornando à insulinoterapia. Realizado retransplante isolado do enxerto pancreático em 2017. Nesta ocasião, sorologia para CMV era positiva para doador e receptor. O regime de imunossupressão inicial após retransplante incluia tacrolimus, micofenolato de sódio e metilprednisona. No pós-operatório, apresentou infecção pelo CMV no enxerto pancreático, sendo realizados 21 dias de Ganciclovir. Biópsia pancreática (maio/2017) demonstrou rejeição moderada e sinais de inclusão viral com um PCR de 17000 a 37000, além de um peptídeo C de 5,4. Não houve resposta à pulsoterapia com solumedrol, sendo iniciada na sequência thymoglobulina por 7 dias. A função renal manteve-se estável com creatinina basal de 1,4. PCR caiu para 42 e após ser repetida a biópsia pancreática, na qual se verificava ausência de rejeição aguda e discreta fibrose septal, o paciente recebeu alta hospitalar.

Conclusões/Considerações finais

A infecção por CMV em enxerto pancreático após TPRS é um evento raro e demanda atenção aos sinais e sintomas para diagnóstico precoce e determinação da melhor alternativa terapêutica.

Palavras-chave

Citomegalovírus, rejeição de enxerto, Diabetes Mellitus tipo 1.

Área

Clínica Médica

Autores

Izabela Filipaki Kazama, Paula Taufer Peruzzolo, Luiza Fernandes Motta, Julia Schmitt Goss, Ariane Karen de Sousa