15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Impacto de alterações da homeostase pressórica em desfechos clínicos em pacientes com diabetes tipo 2

Fundamentação/Introdução

Introdução: em pacientes com diabetes tipo 2 (DM2), anormalidades na monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) foram associadas a maior risco microvascular.

Objetivos

Objetivo: avaliar o impacto dessas anormalidades em desfechos cardiovasculares (CV) e renais em pacientes com DM2.

Delineamento e Métodos

Métodos: 398 pacientes foram submetidos à aferição da pressão arterial (PA) em consultório e à MAPA após uma semana sem anti-hipertensivos. As médias de PA foram classificadas em normotensão (NT, média consultório <140/90mmHg e diária <135/85mmHg), hipertensão do avental branco (AB, >140/90 e <135/85, respectivamente), hipertensão mascarada (HM, <140/90 e >135/85) e hipertensão (HT, >140/90 e ≥135/85). Foi avaliada a ocorrência de infarto do miocárdio (IM), acidente vascular cerebral (AVC), doença renal terminal (DRT), amputação não traumática de membros inferiores (MMIs), revascularização miocárdica (CRM) e de MMIs e morte geral. O desfecho composto foi definido como o primeiro evento ocorrido e o desfecho cardiovascular maior (MACE) como IM não fatal, AVC não fatal ou morte CV.

Resultados

Resultados: a média de idade e de duração de DM2 foi de 56,7±9,2 e 10,3±7,1 anos, respectivamente. 137 pacientes eram NT, 61 AB, 61 HM e 149 HT. O grupo NT tinha mais mulheres do que o grupo HM, enquanto que os grupos NT e HM tinham mais tabagistas que o HT. A PA 24 horas dos grupos NT e HAB era menor do que a dos outros, assim como a do grupo HM em relação ao HT. 356 pacientes (89% da coorte) foram reavaliados (média de seguimento: 10,4±5,3 anos). Durante o seguimento, 251 eventos ocorreram em 152 pacientes (27 AVC, 37 IAM, 17 DRT, 21 CRM, 12 revascularizações de MMIs, 13 amputações e 37 mortes CV de 118 mortes gerais). Pacientes do grupo HT tiveram uma menor média de tempo até o primeiro desfecho do que os pacientes AB (13,3±0,7 vs. 15,5±1,0 anos, p=0,042) e não houve diferença entre os outros grupos. Pacientes HT também foram mais propensos ao desfecho MACE do que os NT (tempo para o desfecho: 17,0±0,8 vs. 20,6±1,0 anos, p=0,049), assim como a mesma tendência foi observada quando o grupo HT foi comparado com o AB (17,0±0,8 vs. 18,8±0,9 anos, p=0,057).

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: nessa coorte prospectiva, o grupo HT associou-se a piores desfechos CV e renais quando comparados com indivíduos NT. Uma tendência a menos desfechos e mortes CV, medidos pelo MACE, foi observada para o grupo AB quando comparado com os HT. Nossos resultados reforçam a importância da MAPA na predição de desfechos CV em pacientes com DM2.

Palavras-chave

Diabetes, pressão arterial, complicações microvasculares

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Luciana Loss Reck Remonti, Georgia Tupi Caldas Pulz, Lana Catani Ferreira Pinto, Luis Henrique Canani, Cristiane Bauermann Leitão