15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Paralisia facial periférica idiopática bilateral: relato de caso

Introdução/Fundamentos

A paralisia facial periférica (PFP), resultante de uma disfunção do sétimo nervo é considerada a forma mais comum de comprometimento dos nervos cranianos apresentando uma incidência de cerca de 30 casos para cada 100.000 habitantes.
A ocorrência de paralisia facial bilateral (PFB) de forma simultânea, entretanto, é uma condição rara, representando cerca de 0,3 a 2% dos casos de PFP. A PFB é definida como um quadro de paralisia facial afetando simultâneamente os dois lados da face com uma duração inferior ou igual a 30 dias.
Relatamos aqui um caso de PFB e discutimos aspectos relacionados ao diagnóstico e tratamento.

Objetivos

Relatar um caso de PFB e ressaltar a importância do diagnóstico diferencial com outras condições.

Caso

Paciente de 16 anos, avaliado em ambulatório de neurologia pediátrica apresentando quadro de paralisia facial periférica bilateral. Pais não consanguíneos e sem história familiar de transtornos neuropsiquiátricos. História gestacional sem intercorrências. Parto normal a termo, com 39 sem intercorrências neonatais e desenvolvimento neuropsicomotor adequado.
Cerca de duas semanas após episódio de infecção de vias aéreas superiores notou, ao acordar, quadro de paralisia facial a esquerda que evoluiu, após 12 horas acometendo o lado contralateral. Ao exame físico o paciente encontrava-se em bom estado geral sem sinais de febre ou outros sinais de processo infecioso. A otoscopia foi normal. Ao exame neurológico evidenciou-se paralisia facial periférica bilateral de grau IV de acordo com a escala de House-Brackmann, sem demais alterações o exame neurológico.
Exames laboratoriais incluindo hemograma completo, eletrólitos, função hepática, função renal, CK, CK-MB, sorologias para HIV e provas reumatológicas tiveram resultados normais. Dentre os exames de imagem realizados, raio-X de tórax, ressonância magnética de crânio e tomografia computadorizada de crânio e mastoide tiveram resultados normais.
Após a realização dos exames, o diagnóstico de paralisia facial periférica bilateral idiopático foi feito e a paciente iniciou tratamento fisioterapêutico, apresentando melhora importante após um mês.
A paciente e seus responsáveis concordaram com a apresentação do caso e com a publicação do artigo tendo assinado termo de consentimento livre e esclarecido.

Conclusões/Considerações finais

A PFP unilateral idiopática é uma condição comum, no entanto sua variante bilateral é considerada rara. Reforçamos, com esse relato a importância de se considerar uma ampla gama de diagnósticos diferenciais.

Palavras-chave

Paralisia facial, diagnostico diferencial, doença de Lyme, síndrome de Guillain-Barré

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL - Santa Catarina - Brasil

Autores

Gabriela Dall Agnol Farias, Hannah Bang, Jaime Lin