15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Evolução de paciente com padrão tomográfico de pneumonite intersticial usual por pneumonite de hipersensibilidade.

Introdução/Fundamentos

A pneumonite intersticial usual (PIU) é definida como padrão morfológico de tomografias de alta resolução (TCAR) ou de combinações entre a TCAR e biópsia cirúrgica, segundo diretrizes. A PIU pode ser acompanhada de diversas condições clinicas, como a pneumonite por hipersensibilidade (PH), sendo essa, resultado de inflamação imunológica não mediada por IgE e causada por inalação repetida de agentes estimulantes.

Objetivos

Identificar a evolução de paciente diagnosticado com PH.

Caso

Paciente MDS, feminina, 54 anos, parda, casada e empregada doméstica, procura atendimento de emergência com queixa de dispneia e tontura recorrente iniciada há quatro meses. Evoluiu, na última semana, com piora da dispneia associada aos esforços e ortopneia. Tabagista de longa data em abstinência há dois meses, em uso de bupropiona desde que cessou o tabagismo. Nega alergias ou outras comorbidades.
Ao exame, apresentava-se em bom estado geral, lúcida, corada, normotensa, eupneica, frequência cardíaca de 80 batimentos por minuto, saturando 96% em ar ambiente. Ausculta pulmonar com murmúrio vesicular diminuído em bases com estertores finos bilateralmente.
Exames laboratoriais não evidenciaram quadro infeccioso associado. Radiografia de tórax mostrou alterações difusas intersticiais. Eletrocardiograma fisiológico e BNP de 21 pg/ml. A tomografia computadorizada (TC) de tórax evidenciou alterações compatíveis com PIU.
Após um dia de internação, iniciou-se cefepime e corticoterapia, avaliando a necessidade de broncoaspiração e realizando investigação mais detalhada de exposição a mofo, aves e possibilidade de colagenose.
Paciente evoluiu com déficit focal súbito após cefaléia frontal bilateral intensa, constatando-se acidente vascular cerebral hemorrágico após TC, obtendo boa evolução, com melhora neurológica.
A realização de angiotomografia de tórax evidenciou achados que confirmaram o diagnóstico de PIU.
A paciente foi orientada a iniciar dessensibilização do estímulo intensificador da PIU, no caso, exposição ao fumo e a pássaro/papagaio.

Conclusões/Considerações finais

Foi possível identificar as manifestações clínicas da PH neste paciente, bem como sua evolução, utilizando angiotomografia, como confirmação do diagnóstico de PIU, e a conduta posterior proposta.

Palavras-chave

Pneumite interstical usual, pneumonite por hipersensibilidade

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA - UNISUL PEDRA BRANCA - Santa Catarina - Brasil

Autores

Pedro Henrique de Paiva Bertoli, Yasmin Jaime Prazeres, Thaís Raimondi Sudbrack, Ana Carolina Carro, Maria Eduarda Agapito Valgas, Tiago Spiazzi Bottega