15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

MIOCARDIOPATIA ASSOCIADA A CHOQUE SÉPTICO REFRATÁRIO NO PUERPÉRIO: ESTUDO DE CASO.

Introdução/Fundamentos

Introdução: a miocardiopatia periparto (MCP) é uma causa rara de insuficiência cardíaca (IC), 1:300 a 15.000 gestações, idiopática e de sintomatologia inespecífica. São fatores de risco a idade materna avançada, gemelaridade e doença hipertensiva induzida pela gestação, sendo o ecocardiograma (ECO) o exame padrão-ouro.

Objetivos

Objetivo: relatar a evolução clínico-laboratorial de um caso de miocardiopatia associada a choque séptico refratário.

Caso

Caso: A.L.S., 38 anos, branca, portadora de hipertensão arterial crônica controlada e histórico de miocardite viral na adolescência sem alterações estruturais remanescentes. G3PC1A1, IG: 37 semanas, submetida à cesariana de urgência com quadro de amniorrexe associada a taquidispneia, náusea, êmese, hipertensão arterial (180x90mmHg) e presença de estertores crepitantes em base pulmonar direita. Apesar de procedimento sem intercorrências, evoluiu com insuficiência respiratória aguda e instabilidade hemodinâmica no pós-operatório (PO) imediato, sendo transferida para unidade de terapia intensiva com tentativa de ventilação não invasiva. Sem sucesso, realizado intubação orotraqueal e iniciado droga vasopressora. Após 24 horas, iniciou quadro febril associado a leucocitose com desvio à esquerda. Radiografia de tórax mostrou infiltrado intersticial difuso e parâmetros ventilatórios foram compatíveis com SARA grave. ECO transtorácico revelou fração de ejeção de 25% associado a hipertensão pulmonar importante, hipertrofia excêntrica de ventrículo esquerdo, insuficiência mitral e tricúspide. Aventado diagnóstico de choque cardiogênico associado a choque séptico de foco pulmonar. Iniciado antibioticoterapia empírica com ceftriaxone e azitromicina. Culturas de secreção traqueal positivas para Acinetobacter sp. multirresistente e Pseudomonas aeruginosa sensível à amicacina. Paciente permaneceu assistida por 18 dias evoluindo a óbito consequente à piora séptica progressiva refratária à múltiplos esquemas antimicrobianos e insuficiência renal aguda refratária a hemodiálise.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: apesar de pouco prevalente, a MCP possui elevada morbimortalidade, sendo o diagnóstico precoce essencial para um bom prognóstico. Destaca-se que mulheres que desenvolvem MCP podem apresentar manifestações clínicas inconstantes, sendo diversos os diagnósticos diferenciais, justificando a importância do conhecimento médico para o manejo adequado das condições clínicas.

Palavras-chave

Choque Séptico; Insuficiência cardíaca; Miocardiopatia dilatada; Período Periparto.

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR - Paraná - Brasil

Autores

Antonio Augusto Claudio Pereira, Nayara de Paula Passarin, Guilherme Henrique Silva Fogaça, Rebecca Dias Zaia, Fernanda Sales Franco