15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Paracoccidioidomicose - relato de caso

Introdução/Fundamentos

A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose prevalente em nosso país e sua forma aguda/subaguda cursa com linfadenomegalia, febre, emagrecimento, hepatomegalia, icterícia e manifestações digestivas; sendo portanto uma importante hipótese diagnóstica na prática clínica. A forma disseminada por sua vez é mais comum em jovens, com rápido e progressivo acometimento de outros órgãos e por muitas vezes, fatal.

Objetivos

Descrever um caso de PCM disseminada para adequado diagnostico.

Caso

PJGSO, 30 anos, trabalhador rural, há dois meses com distensão abdominal, dor em abdome superior associada a síndrome colestática, febre intermitente, sudorese noturna e perda ponderal de 7 Kg. Exame físico apresentava-se ictérico, hipocorado, com linfonodomegalia generalizada; abdome ascítico, espaço de traube ocupado, fígado palpável 3 cm do rebordo costal direito, doloroso à palpação; edema de membros inferiores e testicular. Procurou serviço de saúde, sendo internado e realizado exames laboratoriais além de CPRE para colocação de prótese plástica em colédoco (suspeita de etiologia obstrutiva). Encaminhado a outro serviço terciário para acompanhamento, por não resolução do quadro. Inicialmente aventada hipótese de colangite aguda grau II, sendo iniciado Metronidazol e Ceftriaxone. Nova Tomografia de abdome com dilatação das vias biliares intra-hepáticas, focos de aerobilia, imagem sugerindo múltiplos infartos esplênicos e hepatoesplenomegalia. Colangiorressonância com linfonodomegalia retroperitonial. Frente ao quadro, aventada a hipótese de síndrome linfoproliferativa com sintomas compressivos (principal suspeita Linfoma Não Hodgkin). Optado por pulsoterapia com dexametasona e biópsia excisional de linfonodo cervical.
Frente ao quadro clínico e achados laboratoriais (hipoalbuminemia e hipergamaglobulinemia às custas de IgG,) acometimento de cadeias linfonodais superficiais e epidemiologia levantou-se a hipótese de PCM.
Devido a queixas de baixa acuidade visual foi solicitado avaliação oftalmológica que se verificou na fundoscopia múltiplos pontos brancos subretinianos (coroidite multifocal), com áreas esparsas de hemorragia, sugerindo mancha de Roth na periferia temporal. Levantamos a hipótese de PCM disseminada.

Conclusões/Considerações finais

A PCM subaguda deve ser sempre levantada como diagnóstico diferencial de quadros colestáticos e linfoproliferativos. Mesmo negligenciada é prevalente no país, de caráter insidioso e seu prognóstico está muito relacionado ao diagnóstico precoce.

Palavras-chave

Paracoccidioidomicose; Hepatomegalia; Icterícia;

Área

Clínica Médica

Instituições

Unifesp - São Paulo - Brasil

Autores

Klinger Soares Faico, Fernando Sabia Tallo, Matheus Felizola, Danieli Marques de Godoi