15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

HIPERLEUCOCITOSE EM CRIANÇA MENOR DE 1 ANO: UMA URGÊNCIA ONCOLÓGICA PEDIÁTRICA

Introdução/Fundamentos

O câncer é uma das principais causas de morte no mundo e sua incidência vem aumentando drasticamente. A leucemia linfoide aguda (LLA) é a neoplasia mais frequente da infância e apresenta sobrevida global de 80%. Os sintomas mais comuns da LLA são atribuídos à anemia (palidez, astenia, mal-estar). Na sequência, vêm os sintomas relacionados com a trombocitopenia (petéquias, sangramentos, equimoses e epistaxe). 20% das crianças diagnosticadas com leucemia podem apresentar contagem de leucócitos superior a 100.000/mm3. Nesses casos, essas crianças apresentam risco de síndrome de lise tumoral e também de outras complicações relacionadas à agregados celulares que são formados na microcirculação.

Objetivos

Relatar caso de hiperleucocitose em criança menor de 1 ano com LLA.

Caso

APM, 5 meses, feminina, com queixas de sangue nas fezes e petéquias na pele. Ao exame físico apresentou regular estado geral, afebril, anictérica, hipocorada, baço palpável à 4 cm do rebordo costal. Possuía o seguinte hemograma: Hemoglobina 7,2g/dL; Leucócitos 994.820/mm3 com predomínio de blastos de característica linfoide; Plaquetas 15.000mm3. A paciente foi admitida em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) oncológica pediátrica devido hiperleucocitose e alto risco de lise tumoral. O tratamento inicial realizado foi hiperhidratação, alopurinol, diuréticos, metronidazol e omeprazol. Para tratamento específico da LLA e redução da leucometria recebeu metilprednisolona. Após 5 dias de internamento, houve a confirmação diagnóstica de LLA de precursor B comum. A paciente evoluiu com redução gradativa da hiperleucocitose, sem distúrbios metabólicos compatíveis com síndrome de lise tumoral. Recebeu alta da UTI após 14 dias e deu continuidade ao tratamento na enfermaria.

Conclusões/Considerações finais

Algumas condições clínicas indicam necessidade de encaminhamento ao serviço de urgência e emergência pediátrica, dentre elas as manifestações clínicas que sugerem leucemia aguda (fadiga, palidez, petéquias, sangramentos, equimose), presença de blastos no sangue periférico, sintomas de leucostase ou hiperleucocitose maciça. Este caso é notável pois a paciente descrita possuía na admissão 5 meses de idade e 994.820/mm3 leucócitos, fator de alta relevância que denota a gravidade da situação, pois a hiperleucocitose em crianças com LLA é uma urgência oncológica pediátrica, devido haver possibilidade de lise tumoral. Casos como esse devem ser manejados imediatamente, evitando uma complicação gravíssima que poderia ocasionar um desfecho desfavorável.

Palavras-chave

Hiperleucocitose, leucemia, anemia, trombocitopenia

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário FAG - Paraná - Brasil

Autores

LUANA TURMINA, ANA CLARA VIEIRA ALEXANDRE, ANA JULIA SILVA RODRIGUES, ALEXIA DEGASPERIN VOIGT, ALINE CARLA ROSA, CARMEM MARIA COSTA MENDONÇA FIORI