15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

IMPLANTE DE TAVI VALVE-IN-VALVE EM PACIENTE DE ALTO RISCO CIRÚRGICO COM ANTECEDENTE DE ENDOCARDITE RECENTE.

Introdução/Fundamentos

A estenose aórtica degenerativa é a doença cardíaca valvar mais comumente adquirida em adultos, sendo o implante percutâneo de bioprótese valvar aórtica (TAVI), a principal indicação para tratamento em pacientes de alto risco e inoperáveis.

Objetivos

Relatar o caso de implante de TAVI valve-in-valve devido disfunção de prótese biológica por doença degenerativa, em paciente de alto risco cirúrgico com quadro de endocardite bacteriana aguda recente tratada

Caso

M.A.Z.R.L, feminina, 75 anos iniciou quadro clínico de insuficiência cardíaca descompensada classe funcional IV classificação da New York Heart Association (NYHA) e um episódio de síncope em repouso uma semana após alta de internação por endocardite bacteriana tratada com antibioticoterapia empírica, tendo resolução do quadro infeccioso. É portadora de hipertensão arterial, artrite reumatoide, acidente vascular encefálico isquêmico prévio após cirurgia valvar aórtica por prótese biológica (2006). Apresentou-se anasarcada, taquidispneica, hipotensa, com sopro aórtico mesotelesistólico 3+/6+. Exames: eletrocardiograma com sobrecarga atrial e ventricular esquerda, bloqueio atrioventricular de 1º e alteração inespecífica da repolarização ventricular; ecocardiograma transesofágico (ECO TE) evidenciando hipertrofia ventricular esquerda moderada, fração de ejeção (FE) 38% e prótese biológica calcificada com estenose importante (gradiente VE/AO 136 mmHg e médio 91 mmHg), além de vegetação (5x2mm) aderida a prótese. Foi otimizado terapia medicamentosa, e solicitado cinecoronariografia, que não evidenciou lesões obstrutivas significativas. Devido alto risco cirúrgico (STS de 11%) e fragilidade (escore 2 Katz), foi optado por TAVI do tipo valve-in-valve, sistema Evolute R-26, ao nível da prótese aórtica biológica. Aortografia de controle demonstrou prótese bem posicionada, passando o gradiente de pico sistólico de 120mmHg para 15mmHg. Atualmente, após 8 meses do procedimento, encontra-se assintomática, com ECO demonstrando TAVI com regurgitação periprotética leve e gradiente VE/AO médio de 16 mmHg e máximo de 32mmHg, PSAP 25mmHg, e FEVE preservada. Segue com evolução clínica satisfatória, autonomia e independência preservadas.

Conclusões/Considerações finais

O implante TAVI é um procedimento confiável e satisfatório para o tratamento da estenose aórtica grave. A TAVI entre os pacientes de risco cirúrgico elevado ou intermediário, demostra resultados comparáveis ao procedimento cirúrgico com taxas de sobrevivência equivalentes ou até superiores.

Palavras-chave

Estenose aórtica degenerativa; Fragilidade; Alto risco cirúrgico; implante percutâneo de bioprótese valvar aórtica (TAVI) tipo valve-in-valve

Área

Clínica Médica

Instituições

Fundação Hospital Estadual do Acre - FUNDHACRE - Acre - Brasil, Universidade Federal do Acre - UFAC - Acre - Brasil

Autores

Eduarda Silva Rodrigues, Thiago Costa Santos, Brena Cardoso Azêdo, Gabriel Silva Cury, Andréia Silva Guimarães