15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Uso de montelucaste para remissão de reação de hipersensibilidade crônica: descrição de caso.

Introdução/Fundamentos

Denominam-se reações de hipersensibilidade reações nas quais o sistema imune, normalmente de função protetora, causa efeitos deletérios ao organismo. Dermatites de contato e farmacodermias estão incluídas entre as consequências de reações de hipersensibilidade que acometem a pele. Em geral, tais reações são tratadas com antagonistas histamínicos ou corticosteroides, à depender se são reações imediatas ou tardias. Contudo, outros agentes imunomoduladores, como imunoglobulinas, também podem ser utilizados nos casos de doenças graves e/ou refratárias.

Objetivos

Relatar caso de paciente portadora de reação de hipersensibilidade cutânea crônica tratada com montelucaste.

Caso

Paciente do sexo feminino, 54 anos, relata há cerca de 1 ano e 6 meses surgimento de placas eritematosas em tronco e membros, indolores e não pruriginosas. À época, relata melhora do quadro com corticoterapia em pulsos, tendo ocorrido recidiva após suspensão do tratamento. Há 2 meses, realizou terapia com corticoide por 20 dias, obtendo remissão do quadro, que recidivou novamente 1 mês após o término do tratamento. Em uso há 2 dias de anti-IL5 e Dexametasona, sem melhora. Possui história prévia de osteoporose, estando em uso de risedronato sódico, cálcio e vitamina D. Ao exame físico, evidenciou-se placas eritematosas em alvo, difusamente distribuídas e com aspecto semelhante a Eritema Multiforme. Sorologias negativas para sífilis, HIV e hepatites virais. FAN e pesquisa de autoanticorpos negativa. Dosagem do Complemento C3 e C4 dentro dos valores de referência. Laudo histopatológico da lesão evidenciou ortoceratose de camada córnea e espongiose leve difusa de epiderme, além de derme com presença de infiltrado inflamatório linfocítico perivascular superficial, acompanhado de neutrófilos e eosinófilos, sendo compatível com Dermatite Espongiótica. Assim, iniciou-se tratamento com Montelucaste 10mg/dia, obtendo-se remissão completa das lesões após 15 dias de tratamento e descalonamento da Dexametasona.

Conclusões/Considerações finais

O caso relatado traz em discussão o uso de inibidor de leucotrienos (Montelucaste) no tratamento de dermatite recidivante causada por reação de hipersensibilidade. Tal caso evidencia a importância, na prática clínica, de se buscar alternativas farmacológicas nos casos de falha terapêutica dos medicamentos de primeira linha, visando à resolução do quadro.

Palavras-chave

Reação de hipersensibilidade; hipersensibilidade cutânea crônica; dermatites; farmacodermia; montelucaste.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

Igor Albuquerque Nogueira, Guilherme Ferreira Maciel da Costa, Artur Queirós Azevedo, Leila Nascimento da Rocha