15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO DE TRONCO E CEREBELO – RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

INTRODUÇÃO: No caso, apresentamos um acidente vascular encefálico isquêmico (AVEI), com envolvimento das seguintes áreas: cerebelo (evidente pela decomposição do movimento e presença de nistagmo fixo à direita) e ponte (hipoanestesia direita, paresia do IV nervo à esquerda, contralateral as lesões evidenciadas em ressonância magnética cerebral) com sintomatologia característica encontrada na Síndrome de Walemberg. A maioria das lesões causadas na ponte e no cerebelo é devido ao acidente vascular cerebral isquêmico, entretanto são geralmente causadas por patologias da artéria vertebrobasilar - diferente do que é visto neste caso, uma vez que a patologia que gerou esta isquemia foi o envolvimento aterotrombótico das artérias carótidas. O AVE isquêmico é prevalente após a 7ª década de vida e no sexo masculino, o que também torna o caso relatado atípico.

Objetivos

OBJETIVO: Este estudo objetiva demonstrar as dificuldades em se identificar a etiologia de um AVE, e a importância da realização de exames complementares para avaliação de prognóstico quando este acomete tronco e cerebelo.

Caso

CASO: Mulher, 76 anos, com queixa de vertigem há 9 horas após queda súbita. Ela estava agitada, com pressão arterial alta, fala disártrica e dificuldade para andar, com ataxia. Paciente não usa medicação. Ao exame neurológico: força grau V em todos os membros, reflexos bilaterais reduzidos patelar e aquileu, não reconhece estímulo vibratório na perna direita, acompanhada de agrafia a direita e pé direito, Romberg positivo, nariz-index e calcanhar-joelho com dismetria e decomposição do movimento, paresia de IV par à esquerda, presença de nistagmo com fase rápida à direita. Na ressonância magnética (RM) do cérebro, foram observadas lesões isquêmicas subagudas, localizadas nos hemisférios cerebelares e na ponte. A oclusão completa da artéria carótida interna direita e estenose de 50-60% na artéria carótida interna esquerda, calibre normal e fluxo vertebral foram demonstrados com o doppler carotídeo. Ecocardiograma não mostra alterações significativas.

Conclusões/Considerações finais

CONCLUSÕES: O AVE isquêmico de etiologia aterotrombótica da circulação anterior (artérias carótidas) pode causar lesões em áreas como a ponte e o cerebelo. Como o derrame de ponte e cerebelo às vezes pode evoluir com pouca sintomatologia, devemos ter alta suspeita e realizar exames neurológicos detalhados nesses pacientes.

Palavras-chave

Acidente vascular encefálico;
AVE;
ponte e cerebelo;
AVE arterotrombótico;
neurologia

Área

Clínica Médica

Autores

Laura Marcelino Gomes Nogueira, Letícia Santos Borges, Ana Cristyna Saad Murad, Michele Queiroz Balech, Fábio ' Henrique Limonte, HEITOR CHERULLI RESENDE