Dados do Trabalho

Título

HEMORRAGIA DIGESTIVA POR DIVERTÍCULO DE MECKEL DIAGNOSTICADO POR ENTEROSCOPIA DE DUPLO-BALÃO

Introdução/Fundamentos

A enteroscopia de duplo-balão (EDB) para diagnóstico de divertículo de Meckel (DM) foi citada pela primeira vez por Yamamoto em 2001 e tem-se mostrado útil tanto no diagnóstico quanto tratamento da patologia.

Objetivos

Análise do uso da enteroscopia de duplo-balão no diagnóstico de divertículo de Meckel.

Caso

Feminino 32 anos com episódios esporádicos de melena desde infância sem alterações em endoscopia digestiva alta, colonoscopia, tomografia e ressonância magnética de abdome. Sugerido avaliação por enteroscopia.Na enteroscopia de duplo-balão, pela via retrógrada, a aproximadamente 100 cm da válvula ileocecal, presença de óstio diverticular largo (aproximadamente 20mm de diâmetro) e com profundidade significativa, com lesão ulcerada e fibrina adjacentes, sem sinais de sangramento ativo ou recente (Forrest III), sugestivo de divertículo de Meckel. A luz do óstio diverticular era maior do que a luz colônica adjacente o que impediu a progressão do aparelho. Foi então realizado injeção da submucosa com tinta da Índia com cateter injetor para tatuagem do divertículo e posterior programação cirúrgica.

Conclusões/Considerações finais

O DM é definido como um divertículo verdadeiro de colo largo e fundo raso e em aproximadamente 50% dos casos possui tecidos ectópicos, sendo mais comuns os de origem gástrica e pancreática. É assintomático na maioria dos casos e sabe-se que 4 a 6% irão apresentar complicações, sendo as principais: melena/hematoquezia, intussuscepção, volvo, perfuração. Exames complementares incluem: ultrassonografia abdominal, tomografia computadorizada de abdome, cintilografia e angiografia. A cintilografia com tecnécio 99 é o método mais utilizado para diagnóstico de DM, no entanto, em adultos têm se mostrado pouco útil devido à reduzida frequência de mucosa gástrica diverticular heterotópica nesse grupo. A enteroscopia de duplo-balão para diagnóstico de DM foi citada pela primeira vez por Yamamoto em 2001 e tem-se mostrado útil tanto no diagnóstico quanto tratamento da patologia e de suas complicações, podendo ser realizado eletrocoagulação com plasma de argônio, dilatação com balão e biópsias, no mesmo exame, evitando assim a realização de múltiplos métodos complementares e/ou procedimentos invasivos. Há diversos relatos de casos de DM que só foram diagnosticados com EDB. A diverticulectomia ou ressecção segmentar do íleo são os principais tratamentos cirúrgicos, sendo a primeira a mais comum.

Palavras-chave

Divertículo de Meckel, hemorragia digestiva, enteroscopia por duplo-balão.

Área

Clínica Médica