15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ESPOROTRICOSE: A DIVERSIDADE CLÍNICA EM UM CONTEXTO DE ENDEMIA

Introdução/Fundamentos

A esporotricose é uma zoonose causada por um fungo do gênero Sporothrix, capaz de acometer o homem e diversos outros animais, com destaque para o gato, e sua forma de apresentação pode ser cutânea ou sistêmica, com lesões geralmente restritas à pele, tecido celular subcutâneo e vasos linfáticos adjacentes. A transmissão clássica ocorre a partir da inoculação cutânea do fungo através da vegetação, espinhos e madeiras, além da transmissão animal-homem, sendo que, no Brasil, o gato é o principal vetor.

Objetivos

Relatar dois casos de esporotricose com apresentações clínicas distintas, ressaltando a importância do conhecimento de suas formas clínicas, frente ao contexto endêmico.

Caso

Caso 1: Feminina, 40 anos, procurou ambulatório de dermatologia apresentando lesões em ombro esquerdo iniciadas há 7 dias e referindo ter sido arranhada no local há 20 dias por gato que estava em tratamento para esporotricose. Logo, iniciou Itraconazol 100mg/dia por conta própria 3 dias antes da consulta. Ao exame físico, apresentava múltiplas pápulas eritematosas coalescentes formando placa em ombro esquerdo. Foram solicitados exames laboratoriais e otimizada a dose de Itraconazol para 200mg/dia. Observou-se regressão das lesões após 45 dias. Caso 2: Feminina, 17 anos, queixando-se de lesão ulcerada no antebraço esquerdo há 2 meses e surgimento há uma semana de nódulos em membros inferiores. Negava contato com animais. Ao exame físico, apresentava uma lesão vegetante no antebraço esquerdo, com drenagem de secreção purulenta, além de nódulos seguindo um padrão linfático perilesional. Foi iniciada antibioticoterapia com Cefalexina 2g/dia por 10 dias frente à hipótese de infecção bacteriana secundária, colhida biópsia incisional e material para cultura fúngica, iniciada corticoterapia com Predinisona 20mg por 5 dias pela hipótese de eritema nodoso em membros inferiores, e terapia alvo com Itraconazol 100mg/dia. Após 30 dias, paciente retornou apresentando melhora parcial do quadro. De acordo com o crescimento de Sporothrix Schenckii na cultura, prosseguiu o tratamento com Itraconazol, obtendo melhora da lesão.

Conclusões/Considerações finais

Visto o aumento da incidência de esporotricose no Estado do Rio de Janeiro que vem caracterizando um processo endêmico, faz-se substancial o conhecimento da história epidemiológica e das formas clínicas mais habituais para que haja um diagnóstico preciso e terapêutica adequada a fim de minimizar os danos ao paciente.

Palavras-chave

esporotricose; dermatomicose; infectologia; itraconazol.

Área

Clínica Médica

Autores

Caio de Azevedo Pessanha, Maria de Assis Venancio, Lucas de Souza Gomes, Gabriel Fernandes Maciel da Silva, Ana Carolina Galvão dos Santos de Araújo, Ana Paula Moura de Almeida