15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

AVEi por embolização de fibroelastoma papilífero: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

O acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi) é um grande desafio aos serviços de saúde, seja por sua ampla variedade de apresentações, seja por seu significativo comprometimento da qualidade de vida. Há centenas de etiologias do AVEi e a grande maioria das causas é trombótica ou cardioembólica. Dentre as causas trombóticas, elencam-se aterosclerose, vasculopatias e vasculites; dentre as cardioembólicas, fibrilação atrial, doença valvar mitral ou aórtica, cardiomiopatias e tumores intracardíacos, dentre várias outras causas. A apresentação clínica tende a ser similar, mas não é incomum que fontes emboligênicas causem sintomas mais abruptos e em múltiplos sítios de diferentes territórios vasculares. Os tumores intracardíacos primários do coração são raros (0,0017 a 0,19% de achados de autópsia) e aproximadamente metade desses são mixomas atriais. O fibroelastoma papilífero compreende 8% dos casos de tumores primários cardíacos e é comum que provoquem eventos cerebrais por embolização.

Objetivos

Objetiva-se relatar um caso diagnosticado em nossa instituição de AVEi submetido à trombólise, sem recuperação funcional do NIH e que, posteriormente, demonstrou-se causado por embolização de tumor intracardíaco, submetido à exérese cirúrgica.

Caso

Paciente do sexo feminino, 44 anos, sem comorbidades, apresentou-se ao departamento de emergência por quadro de paresia em membro inferior direito e afasia de expressão, além de agitação psicomotora e confusão mental, com NIH na admissão de 18. Foi submetida à trombólise endovenosa com alteplase, sem alteração do NIH imediatamente após a infusão. Transferida à UTI e submetida a ecocardiograma transtorácico, que demonstrou ecos anômalos de 1,8 cm x 1,8 cm aderido à superfície atrial esquerda. Foi encaminhada para o tratamento cirúrgico e evidenciou-se formação tumoral característica de 2 cm de diâmetro, que se estendia além da valva mitral até as cordoalhas tendíneas. Foi procedida a exérese do tumor. O exame microscópico confirmou o diagnóstico de fibroelastoma papilífero.

Conclusões/Considerações finais

Ressaltar os diagnósticos diferenciais etiológicos do AVEi e possíveis causas da não reversão dos déficits após a trombólise com alteplase.

Palavras-chave

AVEi, acidente vascular encefálico isquêmico, tumores intracardíacos, fibroelastoma papilífero

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Ônix - Paraná - Brasil

Autores

Victor Borsani Salomão Cury, Nathalia Cabral Bergamasco Tortato, Rodrigo Sanches Garcia, José Henrique Wasilewski