15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Paralisia flácida por hipocalemia : Um relato de caso

Introdução/Fundamentos

A paralisia periódica hipocalémica é uma doença neuromuscular rara, autossômica dominante, caracterizada por episódios agudos de paralisia flácida concomitante a hipocalemia.

Objetivos

Este trabalho tem por objetivo relatar um caso raro de paralisia flácida, de forma que auxilie o clínico a questionar a hipocalemia como diagnostico diferencial na emergência, bem como rever sua fisiopatologia e tratamento.

Caso

Paciente do sexo masculino, 38 anos, alegou que dois dias anteriormente a internação fora dormir sem queixas após dias sem alterações de rotina e acordou durante a madrugada com parestesia em MMSS e MMII, com evolução progressiva para paralisia flácida destes, referiu ainda taquicardia.
Relatou que, há dois anos, apresentou quadro semelhante onde houve regressão espontânea do quadro após 24h. Referiu ainda fazer acompanhamento ambulatorial com serviço de neurologia, onde realizou eletroneuromiografia, de modo que não evidenciou nenhuma anormalidade. O paciente negou hipertireoidismo e quadro semelhante na família.
No exame físico, encontrava-se consciente e orientado, a ausculta do aparelho respiratório mostrou murmúrio vesicular presente, sem alterações, aparelho cardiovascular apresentava bulhas normofoneticas regulares em dois tempos, FC = 88bpm. Apresentava paresia em membros, com predominância crural e proximal, hiporreflexia patelar.
Os exames laboratoriais demonstraram hipocalemia grave ( k: 1,40mmol/L), sendo prescrito KCL10% , após a primeira etapa novos exames laboratoriais foram colhidos evidenciando K: 2,00mmol/L. Não apresentaram alteração de outros eletrólitos nem de hormônios tireoidianos.
A normalização do quadro clínico e dos parâmetros laboratoriais (K: 4,20mmol/L) ocorreu após 48h de internação.

Conclusões/Considerações finais

O caso exposto é um quadro raro, com mais de uma etiologia. Em situações de ataques agudos de fraqueza muscular, é importante avaliar a hipótese de paralisia periódica hipocalémica, fazendo uso da reposição do eletrólito na emergência, pois níveis séricos deste íon a baixo de 2mEq/L são considerados graves e podem levar a risco de vida. É necessário analisar a causa base, com possível diagnostico diferencial de tireotóxicose, podendo diagnosticar eventualmente um hipertireoidismo ou paralisia periódica hipocalemica familiar (PPHF) onde o paciente deve ser orientado sobre fatores desencadeantes, medidas profiláticas e sinais de alerta para, caso necessário, busca imediata de pronto atendimento.

Palavras-chave

Paralisia flacida; Hipocalemia; Emergênica; Tireotóxicose

Área

Clínica Médica

Autores

Chelsea Magalhães Tavares da Silva, Francisco Airton Veras De Araújo Junior