15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Síndrome de veia cava superior secundária a neoplasia pulmonar com mutação driver: relato de caso

Introdução/Fundamentos

O câncer de pulmão tornou-se líder em mortalidade conforme as estatísticas do INCA. Cerca de 40-60% dos pacientes são diagnosticados já no estádio metastático, sendo o subtipo adenocarcinoma responsável por cerca de 40-50% dos casos. Desses, cerca de 18% têm mutação no fator de crescimento epidérmico (EGFR). Em até 2-4% da totalidade dos pacientes, ao decorrer da doença, apresentarão sintomas e sinais compatíveis com síndrome de veia cava superior (SVCS), uma das poucas emergências oncológicas.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente com SVCS secundária a neoplasia pulmonar com mutação driver em EGFR.

Caso

Paciente masculino, 70 anos, caucasiano, procedente de Bagé/RS. Nega tabagismo. Em 2015, foi submetido à lobectomia direita, cujo exame anatomopatológico evidenciou se tratar de um adenocarcinoma. 3,7 cm pT2 pNx M0; EC IB (8ª edição). Naquele momento sem terapia adjuvante. Recidiva sistêmica após 2 anos em sistema nervoso central (SNC), linfonodos mediastinais, implantes pulmonares, fígado, baço e ossos. Entre fevereiro de 2017 e outubro de 2018 fez uso de terapia anti-EGFR – Gefitinibe com resposta completa em SNC e doença estável/resposta parcial nos demais. Em dezembro de 2018, apresentou edema em membro superior direito, aumento da trama vascular em tórax, dispneia e tosse. Foi solicitado exames de reestadiamento. Nos exames de imagem houve progressão de doença, mostrando aumento dos linfonodos mediastinais que resultaram em suboclusão da veia cava superior. A partir disso, optou-se por tratar a SVCS com quimioterapia (Qt) baseada em Carboplatina e Pemetrexed, esquema preferencial em primeira linha para adenocarcinoma. No entanto, houve piora do edema e dos sintomas clínicos, sendo indicada radioterapia (RDT) – 4 sessões, com controle parcial dos mesmos. Em um segundo ciclo, em virtude da necessidade de aumentar a taxa de resposta, associou-se a imunoterapia (IO), no caso o Pembrolizumabe, mesmo sabendo que esta classe de medicamentos não ofereça, baseado nos estudos desta terapia em segunda linha, benefício adicional nas doenças EGFR mutadas. No entanto, paciente apresentou diminuição de edema em membro e melhora geral dos sintomas e posteriormente, resposta nos demais sítios de doença metastática.

Conclusões/Considerações finais

A SVCS é uma emergência oncológica que necessita de rápido manejo. Devido a resposta clinica e radiológica apresentada pelo paciente após esta estratégia terapêutica, suscita novos desafios no manejo da SVCS que merecem futuros estudos confirmatórios.

Palavras-chave

Neoplasia pulmonar; Adenocarcinoma; Síndrome de veia cava superior.

Área

Clínica Médica

Autores

Mathias André Kunde, Gabriel Lenz, Leonardo Stone Lago