15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

O papel da microbiota intestinal na homeostase do eixo cérebro-intestino

Fundamentação/Introdução

Nas últimas décadas, têm se estudado sobre a importância de uma adequada comunicação entre o eixo cérebro-intestino-microbiota para atingirmos a homeostase. Desequilíbrios nesta comunicação podem contribuir para o desenvolvimento de diversas doenças.

Objetivos

Revisar o papel da microbiota sobre o eixo cérebro-intestino no equilíbrio homeostático do processo saúde-doença.

Delineamento e Métodos

Realizada busca na plataforma PubMed, através da combinação das seguintes palavras-chaves: “gut-brain-microbiota axis” e “health”. Os autores analisaram o resumo dos artigos dos últimos 5 anos, sendo selecionados os mais relevantes. Foram excluídos estudos experimentais com animais.

Resultados

O funcionamento do eixo cérebro-intestino-microbiota inclui mecanismos de transmissão de sinais complexos e não completamente elucidados, que compreendem o sistema endócrino, metabólico e imune. A flora intestinal apresenta grande variabilidade interpessoal, sendo afetada pela via de parto, tipo de aleitamento, ambiente neonatal, uso de antibióticos e outros medicamentos, bem como pelos hábitos alimentares. Modificações na composição da microbiota podem levar a desregulação desse eixo. Uma vez estabelecida a disbiose podem ocorrer alterações no armazenamento de gordura e no balanço energético, bem como ativação de um processo inflamatório crônico predispondo à obesidade. A perda da função de barreira do trato gastrointestinal contribui para o surgimento de doenças como a síndrome do intestino irritável, infecção pelo Helicobacter pylori e dispepsia funcional. Além disso, evidências crescentes correlacionam a desregulação da microbiota com uma maior tendência de reatividade ao estresse, aumento da ansiedade e a comportamentos depressivos, bem como com o surgimento de doenças neurodegenerativas (parkinson, alzheimer, esquizofrenia). Apesar do nosso atual conhecimento limitado de mecanismos específicos, a modulação dietética e microbiana, através de probióticos e psicobióticos, mostra-se promissora como estratégias potenciais para o manejo das doenças, tanto do trato gastrointestinal como neurológicas.

Conclusões/Considerações finais

Dessa forma, fica evidente a necessidade de manutenção dos estudos sobre o conhecimento da microbiota intestinal, das redes de sinalização do eixo-cérebro intestino e dos probióticos para estabelecimento de estratégias direcionadas ao microbioma, tanto para o tratamento de doenças quanto para a prevenção.

Palavras-chave

Eixo intestino-cérebro; Microbiota; Disbiose.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Católica de Pelotas - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Rafael Pelissaro, Bruna Accioly Kwiatkowski, Guilherme Pitol, Manuçaruê Henkes Corrêa Barbosa, Michele Stock Schneider Frigeri, Maria Augusta Britto Lang