15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Prevalência de Malformações Urogenitais desde a Implementação de um Programa de Vigilância Epidemiológica em um Hospital Universitário

Fundamentação/Introdução

As anormalidades de desenvolvimento do sistema urogenital são relativamente comuns, sendo responsáveis por 20 a 30% das malformações congênitas (MFs) identificadas no período pré-natal e causa importante de mortalidade infantil e morbidade na infância, adolescência e fase adulta. A vigilância de MFs permite que medidas adequadas de prevenção possam ser tomadas. Nesse âmbito, o Estudo Colaborativo Latino Americano de Malformações Congênitas (ECLAMC) é um projeto de pesquisa clínica e epidemiológica com objetivo de identificar anomalias e correlacioná-las a prováveis fatores de risco, contribuindo com dados para a “International Clearinghouse for Birth Defects Surveillance and Research".

Objetivos

Descrever a prevalência e os tipos de MFs urogenitais em um hospital universitário do Sul do Brasil e comparar com a literatura.

Delineamento e Métodos

Estudo caso-controle, vinculado ao ECLAMC. Nesse programa, todos os recém-nascidos (RNs) são submetidos a exame dismorfológico e revisão de prontuário, e têm suas MFs registradas. No presente estudo, foram analisadas apenas as anomalias urogenitais detectadas do período pré-natal ao 2º dia de vida.

Resultados

De agosto de 2016 a junho de 2019 foram examinados 7.865 RNs vivos. MFs urogenitais foram identificadas em 35 casos (44,5:10.000 RNs vivos), havendo em 7 RNs hipospádia (8,9:10.000); em 4 RNs hidronefrose (5,0:10.000); em 3 RNs (3,8:10.000) agenesia renal unilateral, displasia renal, rim policístico; em 2 RNs (2,5:10.000) duplicação do ureter, criptorquidia bilateral, hipoplasia do pênis, sexo indeterminado; e em 1 RN (1,2:10.000 RNs) rim em ferradura, extrofia vesical, ureterocele, megaureter, estreitamento uretral, epispádia, hipoplasia de testículo. A MF urogenital mais prevalente foi a hipospádia, sendo responsável por 20% das MFs urogenitais.

Conclusões/Considerações finais

Os dados deste trabalho estiveram de acordo com a hipospádia ser uma das anomalias congênitas mais prevalentes, presente em 9,5:10.000 RNs na América do Sul e 20,1:10.000 RNs no Brasil, segundo estudo prévio do ECLAMC. A frequência das MFs urogenitais também esteve dentro da esperada. Um programa de vigilância como este controla variações nas frequências esperadas de MFs e identifica fatores de risco. Além disso, oferece um segundo exame ao recém-nascido, aumentando a probabilidade de detecção de anormalidades.

Palavras-chave

Malformações congênitas, sistema urogenital, hipospádia.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital São Lucas da PUCRS - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Alice Scalzilli Becker, Catarina Vellinho Busnello, Luiza Esteves Petzhold, Renata Guerreiro Jesus, Maria Teresa Vieira Sanseverino