15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ESTADO CONFUSIONAL AGUDO EM UMA UNIDADE HOSPITALISTA

Fundamentação/Introdução

Diante do aumento da expectativa de vida, espera-se que enfermidades como o Estado Confusional Agudo (Delirium) atinjam maior prevalência entre idosos. Esse distúrbio influencia diretamente o tempo de duração da hospitalização e pode afetar o comprometimento cognitivo a médio e longo prazo. O método hospitalista busca uma abordagem holística que oferece redução na duração da hospitalização, menor chances de complicações e maior controle nas despesas da saúde.

Objetivos

Avaliar o perfil epidemiológico de pacientes com diagnóstico de delirium como forma de verificar mudanças nas características dessa comorbidade no sistema médico hospitalista.

Delineamento e Métodos

Tratou-se de um estudo observacional transversal que avaliou 757 prontuários de pacientes com mais de 60 anos, internados em uma unidade terciária com modelo hospitalista, durante um período de 11 meses. Utilizou-se o Confusion Assessment Method para diagnóstico de Delirium.

Resultados

A frequência constatada de delirium foi de 9,64%. Dos afetados pela doença, 32,88% haviam sido tratados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em algum momento, comparado a 17,40% do grupo controle (p=0,0013). Quando analisado o desfecho da internação, verificou-se que, 27,40% dos que apresentaram o distúrbio morreram, enquanto o mesmo ocorreu em apenas 11,99% do grupo controle (p=0,00025). O tempo médio de início do delirium foi de 3,83 ± 4,38 dias após o início da queixa que levou à internação hospitalar. Quanto ao uso de fármacos, 19,18% dos pacientes com delirium já estavam em uso de antipsicóticos, enquanto apenas 8,63% dos pacientes sem o distúrbio usavam tais medicamentos (p=0,0037).

Conclusões/Considerações finais

A prevalência do estado confusional agudo, nesta série com o sistema médico hospitalista, foi menor em relação aos achados anteriores. As amostras coletadas em outros estudos não foram relatadas como sendo de uso do sistema hospitalista. Desta forma, a eficácia deste sistema em termos de prevalência de desfechos intra-hospitalares negativos pode ser destacada. Além disso, foi possível observar que a necessidade de atendimento em UTI e o uso prévio de medicamentos antipsicóticos esteve diretamente relacionado à prevalência, assim como o seu desfecho, que resultou em maior mortalidade. Mais estudos são necessários para comprovar a hipótese de que a medicina hospitalista, ao fornecer cuidados abrangentes e não fragmentados, é mais eficaz no combate ao delirium.

Palavras-chave

Transtornos Neurocognitivos, Hospitalização, Epidemiologia, Saúde do idoso

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital da Cruz Vermelha Brasileira Filial Paraná - Paraná - Brasil, Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Diana Herchonvicz de Oliveira, Maren de Moraes e Silva, Carolina Reinert, José Alvino dos Santos Junior, Guilherme dos Santos de Alencar, Pilar Bueno Siqueira Mercer