15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Incidência brasileira de internações hospitalares por infarto agudo do miocárdio em mulheres no climatério

Fundamentação/Introdução

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil e responsáveis por cerca de 20% de todas as mortes em indivíduos acima de 30 anos. O índice de internações decorrentes de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) aumenta progressivamente em mulheres climatéricas – entre 40 e 65 anos. Tal fato deve-se, sobretudo, às modificações hormonais que ocorrem nesse período, com ênfase na diminuição do estrógeno, hormônio que reduzir eventos de arteriosclerose, elevando os níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL) no sangue.

Objetivos

Avaliar incidência de internações hospitalares por IAM em mulheres brasileiras no climatério.

Delineamento e Métodos

Estudo epidemiológico, transversal, coletado na base DATASUS, no período de Janeiro de 2014 a Dezembro de 2018. Variantes: Número de internações, média de dias de internamento, sexo feminino, idade, custos com internação, todas regiões brasileiras.

Resultados

Nos cinco anos estudados, foram notificadas 61.296 internações por Infarto Agudo do Miocárdio em mulheres, destas, 12.185 (19,87%) em 2014, 11.679 (19,05%) em 2015, 12.326 (20,1%) em 2016, 12.878 (21%) em 2017 e 12.228 (19,94%) em 2018. A região Sudeste teve a maior incidência, com 30.883 (50,38%) internações, das quais 9.185 foram por mulheres entre 40 a 49 anos e 21.698 internações entre 50 a 59 anos. A segunda região com maior incidência foi a região Sul (19,93%), seguida da região Nordeste (19,7%), Centro-Oeste (6,34%) e Norte (3,62%). Quanto à faixa etária, o número de internações de 40 a 49 anos foi de 18.670 (30,47%); já de 50 a 59 anos, 42.626 (69,54%). Quanto à mortalidade, o número total foi de 4.320 em cinco anos, cada ano sendo responsável por cerca de aproximadamente 20% dos óbitos totais; 26% ocorreram entre 40 e 49 anos, e os 74% no restante. Os pacientes de 40 a 49 anos permaneceram em média 6,9 dias; enquanto de 50 a 59 anos, 7,5 dias. A região Norte apresentou a maior média (8,4 dias), porém com o menor gasto total (R$ 5.363.452,45); seguido pelo Nordeste e Centro-Oeste (7,8 dias). A região Sudeste apresentou a segunda menor média (7,7 dias), mas com o maior gasto (R$107.043.144,67). O Sul teve a menor média (5,5 dias) e com valor total (R$ 50.826.482,45) menor que metade do valor gasto pelo Sudeste.

Conclusões/Considerações finais

A alta incidência de IAM em mulheres no climatério, internações e mortes pela doença destaca a necessidade de identificação dos fatores de risco e intensificação de ações de prevenção e promoção da saúde que reduzam a morbimortalidade desta condição.

Palavras-chave

Climatério; IAM; Mulheres brasileiras

Área

Clínica Médica

Autores

Bruna Silva Leão Praxedes, Tiago Ferreira Albuquerque Tenorio, Leonardo Lopes Fortes Melro, Nathália Santos Pereira, Anna Carolina Fernandes de Souza Vieira, Cleide Maria Fernandes de Souza Vieira