Dados do Trabalho
Título
LINFOHISTIOCITOSE HEMOFAGOCÍTICA SECUNDÁRIA A LEISHMANIOSE VISCERAL: RELATO DE CASO
Introdução/Fundamentos
Introdução/Fundamentos: A linfohistiocitose hemofagocítica (LHH) é uma síndrome grave, decorrente da ativação persistente e descontrolada de linfócitos T citotóxicos e células natural killer, podendo ser primária, manifestando-se como doença autossômica recessiva, ou secundária a fatores externos como infecções virais, bacterianas ou parasitárias. Infecções tropicais, como a leishmaniose visceral, têm sido descritas como causas importantes de LHH, embora a literatura apresente dados clínicos e epidemiológicos divergentes entre os estudos, sendo necessária a realização de novos trabalhos que possibilitem uma melhor compreensão da síndrome em questão.
Objetivos
Objetivo: Relatar o caso de um paciente com diagnóstico de linfohistiocitose hemofagocítica secundária a leishmaniose visceral.
Caso
Descrição do caso: Paciente masculino, 35 anos, negro, natural de Guiné-Bissau e procedente de Fortaleza, solteiro, auxiliar de serviços gerais, evangélico. Foi admitido no departamento de clínica médica com quadro de hepatoesplenomegalia, febre, insuficiência renal aguda em urgência dialítica por acidose metabólica, e icterícia. À admissão, relatava história de febre vespertina e cefaleia há 6 meses. Os exames admissionais evidenciaram pancitopenia, hiperbilirrubinemia às custas de fração indireta, hipoalbuminemia grave (1,9), TAP e TTPA alargados, discreto aumento de AST e ALT normal. Ultrassonografia abdominal evidenciou hepatoesplenomegalia homogênea. Mielograma sem evidências de parasitas ou células tumorais. Evoluiu nos dias subsequentes, durante a investigação, com queda importante do estado geral, elevação de CPK, febre alta persistente durante o dia (40-41°C), bem como piora dos índices hematimétricos. Obteve-se resultado do k-39, positivo, sendo iniciado anfotericina B. Devido a piora clínica apresentada, foi solicitada rotina para hemofagocitose, sendo firmado o diagnóstico de linfohistiocitose hemofagocítica secundária a leishmaniose visceral após constatados 5 critérios de 8 necessários ao diagnóstico, a saber: febre, esplenomegalia, citopenias, triglicerídeos > 265 e ferritina > 500. Após terapêutica direcionada à causa, o paciente obteve evolução clínica satisfatória.
Conclusões/Considerações finais
Conclusão/Considerações Finais: A linfohistiocitose hemofagocítica é uma síndrome com alta morbimortalidade e diagnóstico difícil, devendo ser identificada e tratada precocemente.
Palavras-chave
Palavras-chave: Linfohistiocitose hemofagocítica; Leishmaniose visceral; Clínica médica; Relato de caso.
Área
Clínica Médica
Instituições
Programa de Residência em Clínica Médica – Santa Casa de Misericórdia, Fortaleza, CE, Brasil - Ceará - Brasil
Autores
Luiz Fernando Castro Malinverno, Jucier Gonçalves Júnior, Leonardo Rodrigues Morais, Giselle Vasconcelos Liberato, Marília Oliveira Bringel, Jose Otho Leal Nogueira