15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO DE MICROANGIOPATIA TROMBÓTICA NO HOSPITAL SANTA ISABEL – BLUMENAU

Introdução/Fundamentos

A microangiopatia trombótica (MAT) é um grupo de doenças com apresentação clínica de trombocitopenia, anemia hemolítica microangiopática (AHMA) e lesão em órgão alvo. Pode ser primária que inclui a púrpura trombocipênica trombótica e a síndrome hemolítico-urêmica atípica ou secundária (a infecções, gestação e outras causas). O seu reconhecimento precoce é importante por ser uma doença de evolução rápida, com alta morbimortalidade e com potencial de cura se tratada adequadamente.

Objetivos

Apresentar um caso de MAT, as condutas e o seu desfecho.

Caso

Mulher, 45 anos, tabagista, hipertensa desde os 20 anos com tratamento irregular, uso crônico de AINEs, referindo dor precordial irradiada para o membro superior esquerdo, associada a náuseas, vômitos, epigastralgia, cefaleia e hipertensão. Ao exame físico: glasgow 15, hipocorada febril, PA:150/80 mmHg, sem rigidez de nuca ou déficits, sopro sistólico aórtico, estertores basais e fundo de olho com estreitamento arteriolar. O raio-x de tórax, eletrocardiograma e marcadores de necrose miocárdica descartaram síndrome coronariana aguda. Demais exames mostraram: anemia de padrão hemolítica, plaquetopenia, creatinina e ureia elevadas, sorologias para HIV, hepatites B, C e leptospirose negativas, complementos normais, FAN reagente 1/80 nuclear pontilhado fino, eletroforese de proteínas e parcial de urina normais. Ultrassonografia do aparelho urinário normal. TC de crânio normal. Coletado ADAMTS-13 que posteriormente mostrou-se negativo. Inicialmente, foi realizado Ceftriaxone, plasmaférese (PF) e pulsoterapia com corticoide, sem melhora clínica. Evoluiu com piora da função renal e hipertensão arterial de difícil controle, iniciou hemodiálise. Procedeu-se a biopsia renal que demonstrou glomérulos com colapso de alças capilares, artérias com necrose fibrinoide e hiperplasia intimal mucoide e arterioesclerose moderada, achados compatíveis com MAT. Com o controle da pressão arterial e terapia dialítica, houve estabilização do quadro clínico e melhora dos exames relacionados a anemia hemolítica e plaquetopenia, favorecendo o diagnóstico de hipertensão maligna causando AHMA.

Conclusões/Considerações finais

A MAT pode ocorrer associada à hipertensão severa e o tratamento é o controle da PA e suporte clínico. A falha nesse manejo leva a iniciação da plasmaferese e, às vezes, administração do Eculizumab. Cabe lembrar que na maioria desses casos a AHMA e função renal irão se recuperar com o controle da pressão arterial.

Palavras-chave

Microangiopatia Trombótica; Relato de caso.

Área

Clínica Médica

Instituições

FURB - Santa Catarina - Brasil

Autores

Larissa Oliveira, Ariane Karen Sousa, Renata Tani Suga, Guilherme Voltolini Staedele , Bárbara Luisa Oliveira