15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Pneumonite por hipersensibilidade de apresentação subaguda em paciente transplantada renal

Introdução/Fundamentos

Pneumonite por hipersensibilidade (PH) é uma pneumopatia inflamatória que ocorre após inalação de determinado antígeno por indivíduo suscetível. Os alérgenos são divididos em 3 grupos: agentes microbianos, proteínas animais e vegetais e agentes químicos. PH crônica é consequência da exposição prolongada de baixo nível, com progressão até irreversibilidade de sintomas respiratórios, dispneia e tosse.

Objetivos

Descrever caso de PH em paciente transplantada renal.

Caso

Feminina, 56 anos, é atendida em emergência por dispneia em repouso. Ausculta pulmonar com crepitantes nos 2/3 inferiores de ambos hemitórax. Tosse seca de longa data, intensificada há 2 meses. Febre e calafrios há 2 semanas. Liberada em diferentes momentos com tratamento para pneumonia. Transplantada renal em duas ocasiões, último enxerto em 2009, hipertensa e dislipidêmica. Esquema imunossupressor com tacrolimo, micofenolato e prednisona. Tomografia computadorizada de tórax (TCT) revelou opacidades em vidro fosco e consolidações bilaterais, predominantemente subpleurais e ao longo do feixe peribroncovascular (Imagem 1). Aventados processo infeccioso de etiologia viral e toxicidade por drogas no diagnóstico diferencial. Optado por início de piperacilina/tazobactam aliados a claritromicina, ganciclovir e redução da dose de micofenolato. Após 3 dias, com necessidade de oxigenioterapia em titulações crescentes, solicitada avaliação dos pneumologistas. Revisão do histórico de exposições revelou domicílio próximo à mata atlântica, com presença de mofo em todos os cômodos. Ademais, provável inalação de poeira de algodão por frequentar grande empresa têxtil na localidade. Curiosamente o único período de alívio da tosse foi durante viagem internacional. Frente à suspeita de PH subaguda, iniciado metilprednisolona. Verificada notável melhora clínica após 48 horas e controle radiográfico com regressão das lesões, permitindo desmame de oxigênio. Paciente recebeu alta após término dos esquemas antimicrobianos, orientada a manter prednisona por 4 a 6 semanas e afastar-se dos fatores incriminantes até reavaliação. A remissão das queixas com as medidas citadas, por fim, estabeleceu o diagnósico clinicorradiológico.

Conclusões/Considerações finais

O questionamento de possíveis fatores de exposição foi fundamental para a suspeição diagnóstica, por tratar-se de distúrbio raro. Na ausência de fibrose estabelecida, tratamento precoce e adequado é capaz de promover a resolução completa dos sintomas e recuperação da função pulmonar.

Palavras-chave

Palavras-chave: Pneumonite por Hipersensibilidade; Alveolite Alérgica Extrínseca.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital do Pulmão - Santa Catarina - Brasil, Hospital Santa Isabel - Santa Catarina - Brasil, Universidade Regional de Blumenau - Santa Catarina - Brasil

Autores

Marcelo Moser Fiamoncini, Maria Eduarda Minatti, Taiana Corveloni Motta, Caroline Uber Ghisi