15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: Neurocisticercose como Infecção Oportunista em Paciente com Leucemia Linfóide Crônica em Tratamento com Ciclofosfamida e Fludarabina

Introdução/Fundamentos

Infecções oportunistas, como a neurocisticercose inferida neste relato de caso, podem afetar pacientes em tratamento imunoquimioterápico de Leucemia Linfóide Crônica (LLC), sendo essas a causa de 50-60% das mortes nos pacientes com essa comorbidade.

Objetivos

Elucidar a importância do acompanhamento clínico adequado de pacientes imunossuprimidos à fim de prevenir e tratar precocemente infecções oportunistas.

Caso

Paciente feminina M. P. de 54 anos, portadora de LLC de pequenas células com diagnóstico há 20 meses, já realizados 5 ciclos de quimioterapia combinada de Ciclofosfamida e Fludarabina. Utiliza Bactrim, Fluconazol e Aciclovir para profilaxia. Também apresenta Artrite Reumatóide, que estava sendo tratada com Metotrexato e Prednisona, os quais foram suspensos devido ao esquema iniciado há 5 meses para tuberculose pulmonar. No dia 26 de fevereiro de 2019, M. foi levada pelo SAMU para o Pronto Atendimento de um Hospital do município de Blumenau, por ter sido encontrada em movimentos tônico-clônicos generalizados, de rápida duração e com perda do controle esfincteriano. Na admissão, houve novo episódio epiléptico de classificação disperceptiva, sendo administrado Diazepam com posterior remissão das crises. No exame neurológico pós-ictal, a paciente estava em Glasgow 15, exame de nervos cranianos sem particularidades e força grau V global. Realizou-se uma tomografia computadorizada de crânio em que se evidenciou lesão focal discretamente hiperdensa medindo aproximadamente 8 mm na substância branca subcortical frontal direita, envolta por edema vasogênico, estabelecendo diagnóstico de neurocisticercose. Foi iniciado tratamento com Albendazol, além de Diazepam 10mg a noite, Fenitoína 100mg 8/8h, Decadron 4mg/dia e Mantidan 100mg/dia. Após 5 dias de internação, paciente evoluiu com melhora clínica e recebeu alta hospitalar.

Conclusões/Considerações finais

A imunossupressão é uma das principais complicações na LLC, a qual pode ocorrer devido a doença em si ou pela quimioterapia. A M.P. adquiriu tuberculose pulmonar e neurocisticercose após o diagnóstico de LLC, evidenciando a forte imunossupressão durante o tratamento. A manifestação clínica mais comum da neurocisticercose são as crises epilépticas, ocorrendo em 70 a 90% dos pacientes, o que corrobora com nosso relato. Praziquantel e Albendazol são considerados eficazes na terapêutica, sendo o último o tratamento de escolha e o utilizado na M.P. com êxito.

Palavras-chave

Leucemia linfóide crônica, imunossupressão, neurocisticercose, infecção oportunista.

Área

Clínica Médica

Instituições

Fundação Universidade Regional de Blumenau - Santa Catarina - Brasil

Autores

Joana Laurindo da Silva, Andrezza Bertolaci Medina, Grazielle Corrêa, Flavia Oyadomari Miszczuk