15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: MICOSE FUNGOIDE REFRATÁRIA AO TRATAMENTO COM FOTOTERAPIA

Introdução/Fundamentos

A micose fungoide é o linfoma cutâneo de células T primárias mais comum – embora ainda uma neoplasia rara -, apresentando maior prevalência no sexo masculino e em pessoas acima de 55 anos. Sua etiologia é pouco caracterizada, porém teoriza-se que haja relação com estímulo crônico de antígenos, levando à neoplasia de células T. Nos estágios iniciais, manifesta-se clinicamente como manchas e placas localizadas. Em estágios avançados, há formação de tumor cutâneo, eritrodermia e acometimento sistêmico (sanguíneo e visceral).

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente com diagnóstico de Micose Fungóide refratária ao tratamento com fototerapia.

Caso

M.J.S.A.M, sexo feminino, 47 anos, branca, costureira, avaliada numa Unidade de Saúde da família, esteve, por 15 anos, sob tratamento dermatológico tópico e contínuo de lesão com base eritematosa, descamativa e dolorida na mama esquerda. Realizou diversas biópsias, sempre confirmando diagnóstico de dermatite de contato. Em 2016, a lesão disseminou para tórax, dorso, rosto e membros superiores, acompanhada por sensação de queimação. Após um ano, nova biópsia da lesão confirmou o diagnóstico de Micose Fungóide. Iniciou-se fototerapia com PUVA (Psolareno + ultravioleta A), três vezes por semana, cerca de 20 minutos por sessão, associada às medicações Metotrexato e Prednisona. Houve alívio da dor e melhora no aspecto das lesões. Entretanto, um ano após o início do tratamento, evoluiu com piora do quadro, com a expansão das lesões para mãos e pés, e aparecimento de vesículas. Diante da refratariedade, interrompeu-se o uso de PUVA. Atualmente não se observa invasão sanguínea e de órgãos viscerais, mas há dor de intensidade variável. Está em uso de Metotrexato, Prednisona, Gabapentina, Cloridrato de hidroxizina, Propionato de Clobetasol e Ácido Fólico, enquanto aguarda liberação da quimioterapia prescrita: Brentuximabe Vedotina.

Conclusões/Considerações finais

Observou-se que a biópsia pode ser inespecífica em estágio inicial da Micose Fungoide, o que pode ser responsável pela demora da confirmação diagnóstica. O tratamento com PUVA mostrou-se eficaz ao aliviar dor e melhorar o aspecto das lesões durante o período de um ano. A dor, a desfiguração e o sofrimento psicológico, frutos de um diagnóstico neoplásico de Micose Fungoide, causam grande impacto negativo na qualidade de vida, e a Atenção Primária à Saúde tem importante papel ao possibilitar cuidados paliativos de forma longitudinal ao paciente e à sua família.

Palavras-chave

Micose Fungoide; Fototerapia; PUVA

Área

Clínica Médica

Autores

Rayanne Rodrigues Santos, Raissa Sarmento Gadelha Marques, Aline Cristina Abrantes Formiga