15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

TRAÇOS DO TRANSTORNO DO APEGO REATIVO EM CRIANÇAS POSSUI ASSOCIAÇÃO COM POLIMORFISMO GENÉTICO

Fundamentação/Introdução

O transtorno de apego reativo está relacionado à ausência ou padrões inadequados de cuidados durante a infância. Em termos de desenvolvimento infantil, representa um raro diagnóstico,contudo, pode estar associado ao atraso cognitivo, de linguagem, estereotipias, desnutrição grave e depressão, ocasionando prejuízo funcional em diversos domínios

Objetivos

Investigar a associação do polimorfismo rs1006737 no gene da CACNA1C com reatividade emocional em crianças de 3 a 5 anos nascidas na cidade de Pelotas/RS.

Delineamento e Métodos

Estudo aninhado a uma coorte que acompanhou gestantes adolescentes para avaliação da saúde materna e desenvolvimento infantil. O instrumento utilizado para avaliação do comportamento infantil foi a Lista de Verificação do Comportamento da Criança (CBCL) e um questionário sociodemográfico foi aplicado para coleta de dados. O DNA total foi extraído de células da cavidade oral e a genotipagem do polimorfismo foi realizada por PCR em tempo real. As análises estatísticas foram realizadas no software SPSS 22.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Católica de Pelotas e todas crianças tiveram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelas mães.

Resultados

A amostra foi composta por 299 crianças avaliadas sendo 152 (50,8%) do sexo masculino, com uma média de idade de 4,41 ± 0,609 anos, onde 127 (42,5%) apresentaram traços de comportamento emocionalmente reativo. A distribuição dos genótipos do polimorfismo rs1006737 nas crianças avaliadas foi GG (46,2%), AG (39,5%) e AA (14,4%). A análise mostrou uma associação de risco do genótipo AA do polimorfismo com traços de comportamento de apego reativo em relação aos genótipos GG e AG (p = 0.038), onde crianças portadoras do genótipo de risco possuem maiores chances de desenvolver o transtorno do que as crianças não portadoras do genótipo.

Conclusões/Considerações finais

O estudo corrobora que o genótipo de risco AA aumenta as chances de crianças desenvolverem traços de comportamento de apego reativo, contribuindo para o surgimento do transtorno. Apesar da negligência social ser uma exigência para o diagnóstico , este é incomum até mesmo em condições graves, representando menos de 10% dos casos. Neste contexto, os estudos genéticos estão cada vez mais promissores no auxílio na identificação e diagnóstico de distúrbios neuropsiquiátricos na prática clínica.

Palavras-chave

Polimorfismo Genético, Desenvolvimento Infantil, Neuropsiquiatria.

Área

Clínica Médica

Autores

Caroline Vicenzi, Laísa Camerini, Clarissa Ribeiro Bastos, Luciana Quevedo, Gabriele Ghisleni, Ricardo Pinheiro