15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME DE SJÖGREN COM QUADRO CLÍNICO NEUROLÓGICO COMO ÚNICA MANIFESTAÇÃO: RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A síndrome de Sjögren (SJ) é uma doença autoimune, cuja incidência é de até 4% na população mundial e cujas manifestações mais comuns são disfunção das glândulas salivares e lacrimais. Conforme dados da literatura, os sintomas neurológicos têm incidência entre 10-18%, geralmente associados a acometimentos de outros sistemas, sendo sua manifestação isolada rara.

Objetivos

Relatar um caso de Síndrome Sjögren com acometimento neurológico isolado.

Caso

R.C.B.A, feminino, 43 anos, internada no serviço de Reumatologia com queixa de diminuição da força muscular de surgimento há três anos, com piora progressiva neste período e associada à parestesia, tipo queimação, dificuldade de deambular e instabilidade postural. Ao exame físico, paciente apresentava humor deprimido, marcha espástica, força grau 4+ nos quatro membros, atrofia muscular importante em membros superiores e coxas, sensibilidade tátil, dolorosa e vibratória diminuídas, mais proeminentes à direita, arreflexia generalizada e Roomberg positivo. Sem outras alteração. Durante investigação foram descartadas doenças infecciosas e RNM e LCR sem alterações. Exames laboratoriais evidenciaram anemia normocítica/normocrômica, plaquetopenia; FAN 1/640 pontilhado grosso. Fator reumatoide reagente (48 UI/ml), anti-Ro e Anti-La positivos (240 e 158 UI/ml, respectivamente). Eletroneuromiografia evidenciava neuropatia sensitiva, axonal, distal, severa e simétrica, acometendo membros superiores e inferiores. Aventado diagnóstico de SJ com manifestações de polineuropatia periférica sensitivo-motora, foi iniciado pulsoterapia com Ciclofosfamida; para o quadro depressivo, prescrito escitalopram 10mg/dia. Paciente evoluiu com melhora do humor, da marcha e diminuição significativa da parestesia, recebendo alta para acompanhamento ambulatorial.

Conclusões/Considerações finais

As manifestações neurológicas da SJ, embora raras, são bastante debilitantes, sendo mais comum o acometimento do sistema nervoso periférico, tipo polineuropatia sensitiva. É necessário que o clínico, em se tratando de diagnóstico de diferencial de polineuropatias crônicas, lembre de SJ como diagnóstico diferencial, pois o tratamento precoce associado à terapêutica direcionada são fatores de melhor prognóstico e menor morbidade nesta patologia.

Palavras-chave

Síndrome Sjögren; Reumatologia; Clínica Médica; Polineuropatias; Relato de Caso.

Área

Clínica Médica

Instituições

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM CLÍNICA MÉDICA DA SANTA CASA DE FORTALEZA - Ceará - Brasil

Autores

Giselle Vasconcelos Liberato, Marília de Oliveira Bringel, Jucier Gonçalves Júnior, Luiz Fernando de Castro Malinverno, Leonardo Rodriges de Morais, Leonardo de Oliveira Cavacante