15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Mielite esquistossomótica: Um diagnóstico diferencial a ser considerado

Introdução/Fundamentos

A mielite esquistossomótica é a forma ectópica mais grave e incapacitante da infecção pelo Schistosoma mansoni. A esquistossomose é uma doença que afeta cerca de duzentos milhões de pessoas em todo o mundo. Atualmente no Brasil, cerca de vinte e cinco milhões de pessoas estão expostas ao risco de contrair a esquistossomose, estimando-se que já existem pelo menos seis milhões de casos de indivíduos infectados.

Objetivos

O objetivo desse trabalho é alertar quanto à possibilidade da ocorrência da mielite esquistossimótica, que dependendo da situação epidemiológca do paciente, deve ser considerada como um dos diagnósticos diferenciais entre as demais etiologias das mielites.

Caso

A descrição é sobre uma paciente jovem que evoluiu com dor lombar baixa associada a paraparesia assimétrica de membros inferiores de início agudo/subagudo após episódio de gastroenterite, com manifestações esfincterianas precoces de incontinência fecal e retenção urinária, quadro compatível com mielite. Nos exames diagnósticos demonstrou um líquor de características inflamatórias (hiperproteinorraquia e citometria global aumentada), história epidemiológica de contato com águas naturais de região endêmica para o Schistosoma mansoni e exame de imagem (ressonância nuclear magnética) com extensa área de alteração de sinal na medula espinhal e cone medular, com realce irregular pelo meio de contraste situada no seguimento de D12-L1. O diagnostico final foi obtido mediante biopsia retal e visualização de ovos do parasito, com instituição precoce do tratamento com pulsoterapia de corticoides e praziquantel.

Conclusões/Considerações finais

A esquistossomose é uma parasitose endêmica, cujas consequências são graves e de grande impacto sócio-econômico no país. A mielite esquistossomótica trata-se de uma entidade pouco conhecida e cujo prognostico depende em grande parte de diagnóstico e tratamento precoces.

Palavras-chave

mielite; esquistossomose; neuroesquistossomose

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL FEDERAL CARDOSO FONTES - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

ELAINE DIAS SOUTINHO, BRUNA RIBEIRO CALINO, GUILHERME GUIMARAES DELGADO, JULIA MARQUES REBELLO, JOAO VICTOR RICCI ALVES