15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Hanseníase Virchowiana: um relato de caso

Introdução/Fundamentos

A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, de grande importância para saúde pública devido à sua magnitude e ao seu alto poder incapacitante, o qual está relacionado às deformidades físicas.
O bacilo Mycobacterium leprae apresenta alta infectividade e baixa patogenicidade. Essas propriedades dependem das características intrínsecas do bacilo, de sua relação com o hospedeiro e do grau de endemicidade do meio. Sua capacidade de invasão neural é responsável pelo alto potencial incapacitante da hanseníase.
As ações mais eficientes para bloquear a transmissão da doença são o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno, não havendo mais transmissão após o inicio do tratamento.

Objetivos

Identificar as manifestações clínicas em um paciente com Hanseníase Virchowiana.

Caso

FSS, masculino, 83 anos, branco, natural de Rôndonia, morou também em Goiânia, há 1 ano em Florianópolis. Veio a emergência do HRSJ por lesões de pele há mais de um ano. Inicialmente nódulos que viram pústulas e depois úlceras, disseminadas pelo corpo, principalmente em membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII). Lesões pioraram no último mês, com episódios de febre não aferida e astenia progressiva.
Possui hipotireoidismo em tratamento e anemia crônica. Nega alergias.
Ao exame apresentava-se em regular estado geral, hidratado, hipocorado +, pressão arterial 110/60mmHg, frequência cardíaca de 104 bpm. Nariz e orelhas com nódulos e deformidades. Ausculta pulmonar com murmúrio vesicular reduzido globalmente. MMII com edema bilateral, sem cacifo, com nódulos e lesões ulceradas em tornozelos. Panturrilhas livres, pulsos presentes e simétricos. Úlceras em tornozelos bilateralmente. Pele com múltiplos nódulos disseminados pelo corpo, mais em membros e face. Membros superiores com lesões ulceradas sem secreção purulenta. No exame neurológico apresentava parestesia importante generalizada e espessamento do nervo ulnar.
Solicitado exames laboratoriais hemoculturas e sorologias, que foram negativas negativas.
Realizado biópsia das lesões que evidenciou baciloscopia positiva para Mycobacterium leprae. Com a confirmação BAAR positivo para hanseníase Virchowiana iniciou-se tratamento.

Conclusões/Considerações finais

Em vista da grande variedade morfológica de lesões apresentadas na Hanseníase é fundamental estar atento aos possíveis diagnósticos diferenciais e não negligenciar ocorrência de doenças malignas com manifestações primárias ou secundárias na pele.

Palavras-chave

Hanseníase, Mycobacterium leprae, hanseníase Virchowiana

Área

Clínica Médica

Instituições

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA - UNISUL PEDRA BRANCA - Santa Catarina - Brasil

Autores

Thaís Raimondi Sudbrack, Ana Carolina Carro, André Luiz Pereira Martins, Larissa Brand, Manuella Bernardo Ferreira, Hugo Leonardi Baldisserotto