15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA POR MALFORMAÇÃO ARTERIOVENOSA GASTRO-DUODENAL EM PACIENTE ADULTO – RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A hemorragia digestiva alta (HDA) é a emergência gastrointestinal mais frequente em todo o mundo. Pode ser varicosa ou não varicosa, esta última correspondendo a 80% dos casos de HDA. Entre as causas mais frequentes destaca-se a úlcera duodenal (24,3%), sendo menos frequentes as lesões de Dieulafoy e malformações arteriovenosas (MAV) com 6,8%. Sangramentos originados de MAV no estômago e duodeno são raramente descritos na literatura. Clinicamente, as lesões de MAV no trato gastrintestinal podem ser assintomáticas ou manifestarem-se com hematêmese, melena ou anemia ferropriva. A suspeita de MAV deve ser levantada em pacientes em que a origem do sangramento não foi localizada pela Endoscopia Digestiva Alta (EDA), sendo a causa mais comum de hemorragia crônica e maciça nestas circustâncias.

Objetivos

Relatar o caso de malformação arteriovenosa gastro-duodenal como causa infrequente de hemorragia digestiva alta, em paciente adulto em um hospital privado de São Paulo.

Caso

Paciente RAR, 57 anos, sexo feminino, funcional, com antecedente de gastrite crônica e úlcera duodenal, em uso de esomeprazol 60 mg/dia, apresenta episódio de hematêmese e melena com hemoglobina (HB) de 7,6mg/dl e instabilidade hemodinâmica. É submetida a EDA sem evidência de sangramento ativo (Forrest IIc) e estabilizada após transfusão de 02 concentrados de hemácias. A Tomografia Computadorizada (TC) abdominal contrastada evidencia MAV e fístulas arteriovenosas em hipocôndrio direito adjacentes ao arco duodenal. Após 02 dias a paciente apresenta nova hematêmese volumosa e EDA mostra lesão de Dieulafoy na segunda porção da papila duodenal, tratada com hemostasia combinada (clipe e adrenalina), com parada do sangramento. Três dias após, paciente evolui com melena, queda de HB, e sangramento Forrest Ib à EDA, cessado mediante nova terapia combinada. Devido epigastralgia refratária e alterações em TC abdominal prévia, opta-se pela realização de Arteriografia Visceral, que evidencia extensa MAV em topografia hepática e duodenal, realizando-se embolização de extensa porção da MAV por artéria gastroduodenal, com redução de 80% de seu fluxo. Paciente evolui favoravelmente, sem novos episódios de sangramento.

Conclusões/Considerações finais

As MAV gastrointestinais são causas infrequentes de HDA, porém devem ser consideradas em casos de hemorragias maciças e refratárias e sem localização precisa à EDA, sendo o tratamento definitivo a embolização.

Palavras-chave

Hemorragia Digestiva Alta, Hematêmese, Malformação Arteriovenosa gastro-duodenal, Endoscopia Digestiva Alta, Embolização.

Área

Clínica Médica

Instituições

Instituto Prevent Senior - São Paulo - Brasil

Autores

Helcius José Campeão Vale, Raquel Caetano Jardim Pinto Silva Salvato, Fátima Isabel Téllez Cáceres, Adriana Marques Lupatelli