15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Mesotelioma pericárdico primário maligno: relato de caso.

Introdução/Fundamentos

O mesotelioma pericárdico maligno é um tumor extremamente raro, com cerca de 150 casos descritos até o momento, representando menos de 5% de todos os mesoteliomas. As manifestações clínicas incluem pericardite constritiva, tamponamento cardíaco e insuficiência cardíaca. Por causa da apresentação tardia e das poucas abordagens de tratamento, a doença apresenta um mau prognóstico. Embora alguns estudos ainda não tenham confirmado a relação entre o amianto e o mesotelioma cardíaco, apresentamos um caso de um paciente exposto a esse minério por mais de 20 anos durante o seu ofício de encanador.

Objetivos

Objetiva-se descrever um relato de caso de um paciente com mesotelioma pericárdico maligno, gênero masculino, sem comorbidades prévias, exposto ao minério de amianto.

Caso

Paciente A.R.V., 54 anos, gênero masculino e trabalhador de uma construtora civil (encanador) por mais de 20 anos. Relata que há cerca de dois anos vem sentindo dor em pontada na base anterior de hemitórax direito, a princípio relacionada aos esforços, com piora progressiva a três meses, quando apresentou febre e pneumonia. Refere dispnéia, cansaço, emagrecimento e tabagista de 40 anos/maço. No exame físico, apresentava frequência cardíaca de 110 bpm, pressão arterial de 100/80 mmHg, frequência respiratória de 22 rpm, crepitações basais e hepatomegalia. A radiografia de tórax revelou ausência de infiltrados, eletrocardiograma com baixa voltagem e ecocardiograma transtorácio com divergência do nível pericárdico no ápice dos ventrículos. A tomografia computadorizada do tórax apresentou derrame pericárdico e na ressonância magnética, espessamento e nodularidade do pericárdio e função sistólica do ventrículo esquerdo levemente diminuída. Com isso, foi solicitado um exame imuno-histoquímico da lesão do pericárdio, cujo relatório, mostrou que o perfil imunofenotípico, correlacionado aos achados morfológicos, corrobora para o diagnóstico de mesotelioma maligno.

Conclusões/Considerações finais

O mesotelioma maligno apresenta média de sobrevida de 6 meses a partir do início dos sintomas, tendo pouco benefício a quimioterapia e radiação. O curso da doença inclui tromboembolismo, doença cardíaca estrutural, distúrbios do ritmo e metástases. O amianto, minério composto de silicato natural hidratado, pode ter sido o gatilho para o desenvolvimento da neoplasia, podendo produzir metástases por via linfática em aproximadamente 25% dos casos.

Palavras-chave

Mesotelioma. Asbestos. Pericárdio.

Área

Clínica Médica

Autores

Gabriel Henrique Cardoso Silva, Catarina Ribeiro Tassoni, Viviany Oliveira Simão, Ana Flavia Lacotis, Amanda Lima Aldrighi, TATIANA ASSAD DOMINGOS THEODOROPOULOS