15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COINFECTADOS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA E PELO VÍRUS DA HEPATITE C EM RIO GRANDE-RS

Fundamentação/Introdução

Fundamentação/Introdução
A coinfecção entre o vírus da hepatite C (HCV) e o vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um padrão frequente devido ao compartilhamento das rotas de transmissão. No Brasil, a taxa de coinfecção HIV/HCV entre 2007 e 2017 foi de 9,4% e, na região sul, de 12,7%, a maior do país, de acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais de 2018.

Objetivos

Objetivos
Analisar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes coinfectados HIV/HCV atendidos no Hospital Universitário Miguel Riet Corrêa Jr. na cidade de Rio Grande-RS.

Delineamento e Métodos

Delineamento e Métodos
Utilizou-se o método de revisão retrospectiva dos prontuários de 116 pacientes coinfectados HIV/HCV, em acompanhamento no período entre março de 2016 e julho de 2019, com análise descritiva a partir dos dados obtidos.

Resultados

Resultados
Foram observados os seguintes resultados, em relação ao sexo: a maioria, 70,69% (82 pacientes) eram do sexo masculino e 29,31% (34 pacientes) eram do sexo feminino. A idade variou entre 28 e 74 anos, com uma média de 51 anos. Quanto à orientação sexual: 71,55% dos pacientes eram heterossexuais, 4,31% homossexuais e 24,14% a orientação sexual era ignorada. Todas as pacientes do sexo feminino avaliadas no estudo eram heterossexuais e todos os pacientes homossexuais eram do sexo masculino. Em relação aos fatores de risco, 37,93% eram usuários de drogas injetáveis (UDI), 43,97% negaram e em 18,1% dos casos o dado era desconhecido. A prevalência de mulheres UDI foi de 11,36% e de homens UDI de 88,64%. Dentre as mulheres não UDI, 10,34% realizaram transfusão de sangue antes de 1993, 27,59% relataram tatuagem e 62,07% não apresentavam nenhum outro fator de risco.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões/Considerações finais
O principal fator de risco para a infecção pelo HCV é o uso de drogas injetáveis. Desse modo, a elevada prevalência de pacientes coinfectados HIV/HCV usuários de drogas injetáveis, de 37,93%, aponta para essa via de transmissão como uma das mais relevantes, principalmente no sexo masculino, uma vez que, no sexo feminino, a principal via de transmissão encontrada para o HIV/HCV foi a relação heterossexual, presente como único fator de risco em 62,07% das pacientes não UDI. Por fim, ressalta-se a importância do conhecimento do perfil clínico-epidemiológico dessa população pelos profissionais de saúde, possibilitando uma intervenção efetiva nos fatores de risco mais prevalentes.

Palavras-chave

Coinfecção HIV/HCV; fatores de risco; uso de drogas injetáveis; epidemiologia.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal do Rio Grande - FURG - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

LARA CAROLINA PEIXOTO QUICHE, LUIZ FELIPE SILVEIRA GEHRES, MARIANA PENTEADO BORGES, TCHURLE HOFFMANN, DEISE MACHADO DOS SANTOS