15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

ÚLCERAS DE CAMERON E SUA RELAÇÃO COM ANEMIA FERROPRIVA: UM RELATO DE CASO

Introdução/Fundamentos

A Anemia Ferropriva (AF) é a forma de anemia mais prevalente no mundo. Sendo uma condição sabidamente decorrente de diversas patologias gastrointestinais, possuindo como fatores causadores o sangramento crônico, a má absorção e inflamação.
Encontrar as lesões de Cameron é um evento incidental através da Endoscopia Digestiva Alta (EDA), durante a investigação de Hemorragia Digestiva Alta aguda ou crônica e AF em pessoas maiores de 40 anos.

Objetivos

Conhecer uma das causas não usuais de Anemia Ferropriva em adultos;
Compreender a importância do diagnóstico e tratamento adequado das Úlceras de Cameron para o controle da Anemia Ferropriva.

Caso

Paciente do sexo feminino, 75 anos, procedente de Rio Branco - AC, encaminhada para avaliação da Hematologia, devido quadro de anemia de longa data (há 5 anos) sem diagnóstico de base esclarecido, sendo medicada com Sulfato Ferroso de forma irregular.
Portadora de Hipertensão Arterial Sistêmica e três angioplastias prévias. Em uso de Losartana 50mg 1X/dia; Amiodarona 100mg 1X/dia; Somalgin Cardio 100mg 1X/dia; Omeprazol 20mg 1X/dia e Clonazepan 2mg à noite. Nega história familiar de anemia e neoplasias. Nega tabagismo e etilismo.
Ao exame físico, clinicamente estável, sem outras alterações. Aparelho Cardiovascular: bulhas cardíacas normofonéticas rítmicas em dois tempos, sem sopros. Aparelho Respiratório: roncos difusos e crepitações esparsas. Abdome: sem visceromegalias.
EDA (julho/2018): Hérnia de Hiato por deslizamento (Tipo I); erosões de Cameron com sinais de sangramento recente (hematina); pangastrite erosiva plana moderada.
Exames laboratoriais (maio/2019): Hb 10,3g/dl (12 a 16g/dl); Ht 34% (35 a 42%), VCM 76 fL (80 a 99 fL), RDW 24% (12 a 15%), Leucócitos 7.900/mm3 (5.000 a 9.000/mm3), Plaquetas 273.000/mm3 (150.000 a 400.000/mm3), Creatinina 1,12 mg/dl (0,6 a 1,2 mg/dl), Uréia 42 mg/dl (16 a 40 mg/dl), Potássio 4,3 mmol/L (3,5 a 5,5 mmol/L), Sódio 138 mmol/L (135 a 145 mmol/L).
Foi solicitado nova EDA, colonoscopia e exames laboratoriais: ferritina, ferro sérico, saturação de transferrina e capacidade total de ligação com o ferro, orientações alimentares, prescrito Sulfato Ferroso 300 mg 2X dia (120 mg de ferro elementar).

Conclusões/Considerações finais

As úlceras de Cameron são consideradas uma entidade com pequena prevalência, porém causam morbidade e aumento de gastos no sistema de saúde. Sendo negligenciada nos estudos endoscópicos, além de ser raramente suspeitada como causa de Anemia Ferropriva, devendo ser diagnosticada e tratada adequadamente.

Palavras-chave

Anemia Ferropriva, Úlceras de Cameron, Hérnia de Hiato, Diagnóstico e Tratamento.

Área

Clínica Médica

Instituições

Fundação Hospital Estadual do Acre - FUNDHACRE - Acre - Brasil, Hospital do Câncer do Acre - UNACON - Acre - Brasil, Instituto Federal do Acre - IFAC - Acre - Brasil, Universidade Federal do Acre - UFAC - Acre - Brasil

Autores

Andréia da Silva Guimarães, Eduarda Silva Rodrigues, Daniele Queiróz Y. Valadares, Leonardo Assad Lomonaco, Pedro Luam da Silva Soares