15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DOMICILIAR DE UM ABSCESSO EM UM PACIENTE DE RISCO

Introdução/Fundamentos

O tratamento domiciliar em pacientes de risco é motivo de aflição para muitos médicos, todavia nem toda infecção é sinônimo de internação hospitalar.

Objetivos

Descrever a resolução de um abscesso em domicílio.

Caso

Paciente, sexo masculino, 52 anos, obeso, paraplégico há 7 anos e com lesão por pressão (LPP) não classificável em região posterior da coxa esquerda há 3 anos. Iniciou quadro de febre com calafrios no dia 13/01/19 que se agravou por 2 dias, isso, junto ao seu histórico de cistite de repetição (devido à auto sondagem vesical diária), fez com que se iniciasse o tratamento empírico com Nitrofurantoína comp. 100mg 4x/dia. Foram solicitados exames laboratoriais: hemograma (sem alterações), PCR (12,79 mg/dl) e EAS (glicosúria). Dois dias após o início de antibiótico terapia apresentou piora, persistindo a febre alta (39ºC) e calafrios, associado a falta de apetite e dor dorsal, sendo instituído novo tratamento com fosfomicina (Monuril 1x/noite). Após a 2ª dose, apresentou sinais flogísticos em coxa esquerda, quando foi solicitado USG, RNM e raio X da região para avaliação. No dia seguinte (19/01), realizou-se o USG evidenciando lipodistrofia ginoide em toda a extensão póstero-medial e inflamação muscular (sem presença de abscesso); todavia em vista da suspeita clínica de presença de secreção, fez-se então o reajuste do antibiótico para o Ciprofloxacino 500mg, 2x/dia. Após o 3º comp., notou-se saída de secreção purulenta pela LPP. Foi realizado uma coleta do material para cultura e exames de sangue (21/01), tendo um PCR de 324,91 mg/L e uma cultura com a identificação do MO: Streptococcus agalactiae (antibiograma com sensibilidade ao Cipro). A radiografia (sem alterações) foi realizada no dia 23/01 assim como a RNM que teve a seguinte impressão diagnóstica: presença de tecido de granulação/fibrose, localizado junto à tuberosidade isquiática, com trajeto fistuloso para o tecido subcutâneo e pele ao nível do sulco infra glúteo à esquerda; coleção no interior da porção posterior do menisco do semitendíneo do terço médio/proximal da coxa; edema de musculatura e do subcutâneo na coxa. A partir de então, manteve o Cipro (por 14 dias) e foi realizado massagens para a drenagem do abscesso (um total de 10 massagens em 6 dias).

Conclusões/Considerações finais

O paciente manifesta uma aversão a ambientes hospitalares o que muitas vezes dificulta o diagnóstico e tratamento em tempo hábil. Mesmo se tratando de um abscesso em paciente de risco é possível a resolução sem internação.

Palavras-chave

Abscesso; Fístula; Paraplegia

Área

Clínica Médica

Instituições

ITPAC PORTO - Tocantins - Brasil

Autores

Manoel Vale Morgado, Romeu Franscisco Maia Ames, Karina Rocha Almagro, Sabrina Carvalho Ribeiro