Dados do Trabalho
Título
Síndrome de Fahr secundária à hipoparatireoidismo: relato de caso
Introdução/Fundamentos
A Síndrome de Fahr caracteriza-se pelo hipoparatireoidismo relacionado a calcificações dos gânglios da base e cerebelo. Essa alteração endócrina pode ocasionar a hipocalcemia, a qual possui uma ampla gama de etiologias e alterações clínicas, dificultando a hipótese diagnóstica inicial para a Síndrome referida.
Objetivos
Descrever a Síndrome de Fahr secundária ao hipoparatireoidismo através de relato de caso observado no Hospital Arquidiocesano Consul Carlos Renaux, Brusque – SC, relacionando com os achados da bibliografia.
Caso
E.R.H., feminino, 38 anos, com queixa de cefaleia intermitente, forte intensidade, frontal, bilateral, associada a náuseas. Há 6 dias apresentou rinorreia, irritação na garganta e tosse, que regrediram. A hipótese diagnóstica direcionou-se para Sinusite Viral Aguda, prevendo-se alta breve. Todavia, evoluiu com piora da cefaleia, rebaixamento do nível de consciência, espasticidade de membros superiores e inferiores e desvio do olhar para cima, sendo intubada. Tomografia de Crânio evidenciou calcificações difusas localizadas nos núcleos da base, na substância branca periventricular e nos núcleos denteados do cerebelo, de forma bilateral e simétrica. Foi transferida à unidade de terapia intensiva (UTI). Aos exames laboratoriais, apresentou hipocalcemia, paratormônio baixo e hiperfosfatemia. Apresentou também intervalo QT alongado no eletrocardiograma (ECG). Foi submetida a infusões de Cálcio contínuas, Sulfato de magnésio e Calcitriol. Evoluiu bem ao tratamento, recebendo alta no nono dia de internação, apresentando diagnóstico definitivo de hipoparatireoidismo primário, Síndrome de Fahr secundária e tetania associada. Prescreveu-se reposição de Cálcio via oral e de Calcitriol em associação. Orientou-se mantimento do acompanhamento ambulatorial e administração correta e adequada das medicações prescritas.
Conclusões/Considerações finais
O hipoparatireoidismo tornou-se o responsável por deflagrar a Síndrome de Fahr, constituída principalmente por sintomas extrapiramidais, apresentando alterações tomográficas específicas, as quais constituem em calcificações difusas e de distribuição simétrica nos gânglios da base. Essas calcificações são relativamente comuns, podendo estar presentes em diversas condições clínicas. Dessa forma, torna-se indispensável a análise das características etiológicas e radiológicas, além da associação com as manifestações clínicas e exames laboratoriais (hipocalcemia, baixo paratormônio e hiperfosfatemia), para a confirmação diagnóstica.
Palavras-chave
Síndrome de Fahr; Hipoparatireoidismo; Hipocalcemia
Área
Clínica Médica
Autores
Laís Loth, Rodrigo Braz Hinnig, Antônio de Pádua Santos Lanna