15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: ESTEATOSE HEPÁTICA AGUDA DA GRAVIDEZ COM EVOLUÇÃO PARA ÓBITO

Introdução/Fundamentos

Esteatose hepática aguda da gravidez (EHAG) é uma complicação obstétrica grave e rara, que acontece no último trimestre de gestação. A prevalência estimada é de um caso a cada 16.000 partos e a mortalidade materna é de 18%. Embora a fisiopatologia não esteja bem estabelecida, o marco histológico é infiltração gordurosa microvesicular dos hepatócitos. O diagnóstico é eminentemente clínico e pode ser auxiliado pelos critérios de Swansea, englobando: dor abdominal, vômito, encefalopatia, hiperbilirrubinemia, ascite, leucocitose, coagulopatia, hipoglicemia e aumento das transaminases. A abordagem terapêutica inclui parto imediato e suporte clínico intensivo. No entanto, a falência hepática fulminante pode ser inevitável, sendo o diagnóstico precoce o principal determinante do prognóstico.

Objetivos

Descrever o caso de uma gestante com esteatose hepática aguda da gravidez com evolução para óbito.

Caso

Gestante de 33 anos, 36ª semana de gravidez, primípara, previamente hígida, foi admitida no centro obstétrico apresentando dor abdominal associada a padrão comprimido à cardiotocografia. Indicado cesariana, com presença de mecônio. No primeiro dia de internação evoluiu com sangramento vaginal sem atonia uterina, taquicardia, hipotensão, sonolência, edema 2+/4+, icterícia 2+/4+ e laboratório com hipoglicemia, leucocitose, aumento de creatina, transaminases, bilirrubina direta e sorologias negativas. Iniciou-se suporte hemodinâmico, ácido tranexâmico e antibioticoterapia. Após estabilização, foi observada extensa coleção em parede abdominal à tomografia e adotado conduta conservadora. No segundo dia foi submetida à intubação orotraqueal e laparotomia com histerectomia e limpeza da cavidade. No terceiro dia, constatou-se CIVD. No quinto dia, apresentou distensão abdominal com ascite moderada ao ultrassom. No sétimo dia, indicou-se laparotomia com colostomia devido à fecaloma volumoso. No décimo quinto dia houve deterioração do quadro, instabilidade hemodinâmica e evolução para óbito.

Conclusões/Considerações finais

EAHG é uma emergência obstétrica e sua rápida identificação é capaz de alterar a morbimortalidade materna. Novos estudos são necessários a fim de tornar o diagnóstico precoce nas gestantes suscetíveis.

Palavras-chave

Esteatose hepática; Gravidez;

Área

Clínica Médica

Instituições

UNESC - Santa Catarina - Brasil

Autores

Daniel Crippa da Silva, André Crippa da Silva, Bruna Fraga Mezari, Alexandre Silva Faraco