15° Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 5° Congresso Internacional de Medicina de Urgência e Emergência

Dados do Trabalho


Título

Cardiopatias congênitas em crianças e adolescentes no Brasil: estudo comparativo dos últimos 10 anos

Fundamentação/Introdução

A Cardiopatia congênita decorre de uma anormalidade anatômica ou da função cardiocirculatória, que está presente desde o nascimento. Ela pode se apresentar de forma isolada ou fazer parte de síndromes cromossômicas ou gênicas. Atualmente, as anomalias cardíacas congênitas implicam em um alto impacto na morbimortalidade das crianças e nos custos com serviços de saúde.

Objetivos

Comparar as cardiopatias congênitas em crianças e adolescentes no Brasil.

Delineamento e Métodos

Trata-se de um estudo retrospectivo realizado na base de dados DataSUS no período de março de 2009 a março de 2019, abordando as seguintes cardiopatias congênitas: comunicação interatrial, comunicação interventricular, persistência do canal arterial, estenose pulmonar, estenose aórtica, coactação aórtica, tetralogia de Fallot e variantes, anomalia de Ebstein. Estas serão comparadas quanto ao número de internações a cada 100 mil habitantes, caráter de atendimento, o valor total, valor médio, média de permanência, número de óbitos e taxa de mortalidade.

Resultados

No período analisado, foram notificadas 120.781 internações referente a cardiopatias congênitas em crianças e adolescentes no Brasil. Dessas, 60,28% foram internações em caráter de urgência e 39,72% de caráter eletivo. A taxa de internações a cada 100.000 habitantes foi igual a 73,03. A região Sul apresentou a maior taxa de internações por 100.000 habitantes (84,59) dentre as regiões brasileiras e a região Norte a menor taxa (50,33). Sobre o valor total de internações, nesse período, foi de R$ 1.261.512.832,30 e o valor médio foi de R$ 10.444,63. Sobre a média de permanência hospitalar, a média nacional foi de 12,6 dias, com o Sudeste apresentando a maior média (13,3) e o Nordeste a menor (11,2). Foram notificados 9.954 casos de óbitos, com taxa de mortalidade por 100.000 habitantes igual a 6,01 mortes. A região com maior taxa de mortalidade por 100.000 habitantes foi o Centro-oeste, com 8,12 mortes, e a menor ocorreu na região Sudeste, com 5,51 mortes.

Conclusões/Considerações finais

No período analisado, foram mais prevalentes as internações por cardiopatias congênitas em caráter de urgência do que eletivo. Ademais, a região Sul teve a maior taxa de internações, enquanto a menor foi constatada na região Norte e ao analisar-se o número de óbitos, a região com maior taxa de mortalidade foi o Centro-Oeste e a de menor foi a região Sudeste. A grande disparidade entre as regiões demonstra a importância de se aumentar e melhorar o investimento no diagnóstico e tratamento dessas patologias.

Palavras-chave

Anomalias Congênitas, Pediatria, Cardiologia

Área

Clínica Médica

Autores

Andrezza Mezzalira, Caroline Gimenez Covatti, Aline Costa Gobbi, Maria Eduarda Lemes da Silva, Tatiane Forlin Menegon, Manoel Ernani Garcia Júnior